Vivemos o momento mais grave da história do país, desde a redemocratização. A classe trabalhadora está sob ataque e corre sérios riscos de perder direitos conquistados a duras penas. 

O uso indevido do recurso do impeachment para tentar afastar sem qualquer fundamento jurídico uma presidente eleita por 54 milhões de votos é um golpe com objetivos muito claros: reconduzir a classe empresarial ao comando do Estado brasileiro.

Os parlamentares que atentam contra a democracia são os mesmos que atacam o cidadão brasileiro com projetos que podem fazer o nosso país retroceder décadas em relação aos direitos humanos, sociais e trabalhistas. São os mesmos que se articulam para privatizar a Petrobrás e para acabar com o Sistema de Partilha do Pré-Sal.

Na gestão da nossa empresa não é diferente. Os gestores que defendem abertamente o golpe são os mesmos que estão implementando o desmonte da companhia, vendendo ativos e reduzindo investimentos estratégicos. São os mesmos que defendem o aniquilamento das conquistas sociais que tivemos ao longo dos últimos anos. 

Não temos dúvidas de que se o golpe se concretizar, os gestores da Petrobrás farão de tudo para implementar o que não conseguiram na última campanha reivindicatória: reduzir o nosso ACT para tentar zerar todas as conquistas sociais e econômicas, como o avanço de nível automático, a jornada 14 x 21, a hora extra da troca de turno, a HE a 100%, os auxílios educacionais, o benefício farmácia e várias outras garantias da AMS.

É fundamental que os petroleiros entendam que a luta contra esses retrocessos está diretamente associada à luta contra o golpe. Nos corredores do Congresso Nacional, a informação é de que se o impeachment da presidente Dilma ocorrer, a Petrobrás será “entregue” à turma do Eduardo Cunha, principal mentor do golpe e réu em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Se esses golpistas, que já agem escancaradamente contra os trabalhadores, assumirem o comando do país, a correlação de forças para garantir os nossos direitos será muito mais difícil. Que dirá avançar nas nossas reivindicações!

O que estamos vivendo, portanto, é uma luta de classes que se acirra a cada momento.  A categoria petroleira não pode vacilar sobre que posição ocupa nessa batalha.  Nós trabalhadores temos que enfrentar os golpistas, pois, seja na Petrobrás ou na cena política nacional, o que eles querem é impor a agenda hegemônica do mercado e acabar com qualquer alternativa de luta e resistência.

Fazemos, portanto, um chamado a todos os petroleiros para que saiam às ruas e se mobilizem nas redes sociais para derrotar esse golpe que não é somente contra um governo legitimamente eleito. O golpe é contra nós, trabalhadores!

 

Brasília, 15 de abril de 2016

Federação Única dos Petroleiros e Sindicatos filiados