É incrível, mas é verdade! Na Petrobrás, uma das maiores companhias do mundo, a participação dos trabalhadores e trabalhadoras nos lucros da atividade desenvolvida ainda não foi regulamentada. Todos os anos, a fixação do valor da vantagem demanda uma desgastante queda-de-braço que envolve a força de trabalho, representada pelos Sindicatos, e o Conselho de Administração, que expressa os interesses dos acionistas. A inexistência de regras claras para o pagamento da PLR – obviamente – favorece o capital. Na atual Campanha, no entanto, os trabalhadores já deram demonstração de pretender modificar essa situação.

Apostando nas dificuldades que milhões de brasileiros têm para encerrar o mês de janeiro com a própria renda, a Petrobrás manobrou cedo. Já, em dezembro, como fez em anos anteriores, tentou seduzir a categoria com uma proposta de antecipação da PLR-2012, sem qualquer negociação prévia com as entidades sindicais. Um verdadeiro “se colar, colou”. Os valores oferecidos (piso de R$ 3.149,34 ou 0,26 de uma remuneração), quando comparados àqueles pagos na antecipação da PLR-2011, representam uma redução de mais de 50%.

Em assembleias realizadas por todo o País, trabalhadores e trabalhadoras rejeitaram maciçamente a proposição da Petrobrás. E não apenas por conta dos valores. A categoria exige participar da definição do montante a ser provisionado e dos critérios de distribuição. Anualmente, o provisionamento de valores para a PLR tem sido feito pela Companhia em processos sem qualquer transparência. E tudo fica ainda mais obscuro quando se percebe que a mesma lógica não é aplicada para a fixação dos valores destinados ao pagamento de dividendos aos acionistas, ou dos famigerados “bônus” aos detentores de cargos. É hora de mudar!