Na manhã desta quarta-feira, 9, trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás ocuparam os portões de acesso à sede administrativa da companhia, em Natal, e realizaram uma grande mobilização que culminou com uma assembleia deliberativa. Organizada pelo SINDIPETRO-RN, a manifestação repudiou a Direção da Petrobrás pela decisão de iniciar o processo de cessão de direitos de exploração de campos terrestres de petróleo, e de alienação de ativos.

No Rio Grande do Norte, segundo informações divulgadas pela gerência local da Petrobrás, a companhia pretende repassar 38 campos à iniciativa privada, sendo 34 na área de Riacho da Forquilha e 4 em Macau. O número representa 56% dos campos terrestres atualmente operados pela Petrobrás no Estado, nos quais são obtidos cerca de 25% do volume total de petróleo e gás por ela extraído.

A decisão de ceder os direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás em campos terrestres, assim como de vender os ativos relacionados com essas concessões, foi divulgada pela Petrobrás em 4 de março. A companhia intenta negociar 98 concessões de produção, além de seis blocos exploratórios, totalizando 104 áreas localizadas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e espírito Santo.

Assembleia

Durante a assembleia deliberativa, realizada logo após a mobilização, os trabalhadores debateram os encaminhamentos aprovados na reunião de SINDIPETROS, realizada nos dias 5 e 6 de março, em Salvador (BA). Entre as diretrizes aprovadas, os petroleiros decidiram ampliar as mobilizações nas áreas administrativas e operacionais, abrindo a discussão sobre a proposta de realização de uma greve em defesa da permanência da Petrobrás nos campos terrestres, além de intensificar as articulações junto aos governos e legislativos, em âmbito estadual e municipal.