O recado foi dado. A pronta reação desfechada pelo SINDIPETRO-RN e a disposição de luta demonstrada pelos trabalhadores e trabalhadoras do Polo Industrial de Guamaré e das plataformas marítimas comprovam que a categoria petroleira não reagirá passivamente. Ameaças, chantagens e punições a participantes da greve realizada em novembro serão respondidas coletivamente e de maneira firme. Tal como ocorreu nesta quinta-feira, 3, na sede da Petrobrás, em Natal.

Informados sobre a repentina transferência de um trabalhador da Unidade de Tratamento de Produtos Fluidos – UTPF, companheiros e companheiras lotados em Guamaré e nas plataformas marítimas decidiram suspender o embarque para suas respectivas unidades. Com ativa participação no movimento grevista, o trabalhador seria deslocado do regime de turno ininterrupto de revezamento (TIR), em Guamaré, para o regime administrativo, no Ativo de Produção de Alto do Rodrigues (ATP-ARG).

Em assembleia permanente, os trabalhadores do Polo e do Mar só resolveram embarcar nesta sexta-feira, 4, depois do desfecho de uma reunião da Gerência Geral da UO com a Direção do Sindicato, realizada no início da noite de ontem, 3. Na oportunidade, embora reconhecendo que “o processo foi atropelado”, o gerente esclareceu que não se tratava de perseguição, mas do processo de reestruturação por que passa a UTPF, em consequência da diminuição das atividades na área de gás.

Sindicato é instrumento

Na longa jornada de lutas da classe trabalhadora, a conquista de relações de trabalho respeitosas tem sido uma batalha permanente. No Brasil, ela teve início no período da escravidão mas ainda persiste. Foi somente a partir do momento em que os trabalhadores conquistaram o direito de se organizarem em sindicatos que surgiram as primeiras regras e leis disciplinando a relação entre capital e trabalho. E isso não ocorreu de forma espontânea, sem conflitos ou disputas.

Ciente de sua missão, o SINDIPETRO-RN conclama a todo trabalhador ou trabalhadora que se sinta ameaçado ou perseguido em decorrência de sua militância sindical a entrar em contato a entidade e relatar o caso. Ao participar da vida sindical, nos dispomos a uma ação coletiva que é legal e legítima, e que objetiva disputar condições e valores mais justos para a venda de nossa força de trabalho. O Sindicato é um instrumento de luta e de solidariedade que se apoia no sentimento e na consciência de pertencimento de classe.