Na última segunda-feira, 5 de agosto, o SINDIPETRO-RN promoveu o lançamento do Comitê “O Petróleo tem que ser nosso!” e da “Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás e dos Investimentos em Campos Terrestres”. O evento foi realizado nas dependências do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN – Campus Cidade Alta, em Natal, sendo prestigiado por parlamentares do PCdoB, PT, representantes da CTB e da CUT e de outras entidades sindicais e populares.

Segundo o coordenador geral do SINDIPETRO-RN, José Araújo, o Comitê pretende ser “um canal permanente de diálogo com a sociedade norte-rio-grandense para a luta em favor dos interesses nacionais, com ênfase na defesa do petróleo enquanto riqueza estratégica para o País”.  Já, a criação da Frente Parlamentar, tem por objetivo “articular a chamada classe política norte-rio-grandense para as lutas em defesa de mais investimentos nos campos terrestres de produção e contra a privatização do petróleo, que vem sendo viabilizada por intermédio dos leilões”.

Concentração – A acentuada concentração de investimentos da Petrobrás em exploração e produção nos campos situados em águas profundas e nas áreas do pré-sal está gerando desemprego e agravando as desigualdades econômicas e sociais em diversas regiões do País. No Rio Grande do Norte, estado em que a cadeia produtiva do petróleo responde por quase metade do PIB industrial, a redução dos investimentos da estatal já contribuiu para o fechamento de mais de três mil postos de trabalho, somente em 2013.

Quando questionados sobre a diminuição de recursos, como ocorreu em recente visita ao RN, dirigentes da Petrobrás insistem em afirmar que não está havendo retração. No entanto, por mais que a direção da Companhia negue, não há como esconder os números do Plano 2013-2017 da Unidade de Negócios Rio Grande do Norte – Ceará (UO-RNCE). Neste documento, projeta-se uma redução de investimentos de R$ 1,31 bilhão, em 2013, para R$ 981 milhões, já em 2015. Uma retração de mais de 38% no volume de recursos investidos pela estatal.

Na Bahia, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Alagoas e Sergipe, estados que possuem atividades em campos terrestres, as entidades sindicais também estão denunciando a retração de investimentos, a desmobilização de atividades e o crescimento do desemprego, com grande impacto nas economias locais. Guiada pela lógica do lucro-máximo, a orientação gerencial que vem direcionando a atuação da Petrobrás continua ignorando o papel da Companhia enquanto instrumento de indução do desenvolvimento e de combate às desigualdades regionais.