Em reunião nesta quarta-feira, 04, com a Petrobrás para tratar especificamente das reivindicações relacionadas a efetivos, a FUP apresentou um termo de compromisso, propondo um programa justo e transparente de mobilidade interna que priorize os trabalhadores que foram transferidos compulsoriamente e alternativas imediatas para minimizar os impactos causados por essas transferências. Veja no final do texto a íntegra do documento.
A FUP reiterou que o debate da recomposição dos efetivos é fundamental, dada a gravidade dos problemas que a categoria enfrenta em função da redução drástica dos quadros de trabalhadores. As sequelas desse desmonte continuam gerando adoecimentos físico e mental, além de impactar na segurança operacional das unidades.
A Petrobrás irá avaliar o termo proposto pela FUP e reafirmou que os próximos concursos públicos terão por prioridade resolver os problemas gerados pelas transferências compulsórias, atendendo às reivindicações da categoria.
A empresa também anunciou que avaliará o “programa Volta Pra Casa” (batizado assim pela categoria), visando resolver os casos mais graves. A FUP reiterou que é fundamental o envolvimento das representações sindicais no acompanhamento desse programa, bem como a sua implementação imediata.
“Essa reunião tratou da estratégia de efetivo da Petrobrás, tanto para os concursos em andamento, quanto para o próximo concurso que já foi anunciado pela empresa. A FUP havia solicitado essa reunião para tratar de forma mais global tanto a resolução dos casos de transferência compulsória, como o baixo efetivo em diversas unidades, em especial no refino”, explica a diretora de SMS da FUP, Míriam Cabreira.
“Demonstramos a nossa preocupação com os números e prazos apresentados pela empresa. Destacamos o caso crítico das unidades do refino pela falta de efetivo, com impactos na segurança operacional, principalmente, na saúde dos trabalhadores”, ressalta a dirigente, informando que a Petrobrás agendará uma outra reunião com a gerência do refino para discutir a recomposição do efetivo e estratégias enquanto não ocorre essa recomposição.
Acabar com o bate e volta é questão de saúde coletiva
Nas três rodadas de negociação realizadas na semana passada, durante as comissões temáticas que discutiram as principais reivindicações da categoria para o ACT, a FUP tornou a enfatizar a urgência da Petrobrás acabar com a exigência do bate e volta semanal dos trabalhadores transferidos compulsoriamente de suas unidades de origem.
Várias propostas já foram apresentadas nos GTs que trataram do teletrabalho e das questões relacionadas à saúde mental, buscando reduzir o máximo possível o deslocamento dos trabalhadores, como uma semana presencial no mês, em vez de duas vezes na semana.
As representações sindicais frisaram que os inúmeros casos de adoecimentos mentais e assédios no Sistema Petrobrás refletem a desumanização que ocorreu na empresa nos últimos anos. Uma das mais perversas ações da gestão passada foi a transferência compulsória dos trabalhadores, arrancados de seus locais de origem, em uma violência tamanha que levou vários deles ao suicídio.
A FUP reforçou a necessidade de uma solução imediata que trate de forma coletiva esse problema e não individualizando os casos. A cobrança da federação sempre foi por uma solução que abranja de forma integral todos os empregados impactados pelas transferências impostas.
Veja a íntegra da proposta apresentada pela FUP: Proposta-Termo-Saude-Mental-e-Transferencias