[Da comunicação da FUP]
A política de remuneração variável das subsidiárias – somada a PLR e o PRD/PPP – parece ter sido inspirada na fábula de Robin Hood, só que às avessas. Os gestores tiram dos de baixo para favorecer os de cima, na contramão das principais reivindicações da categoria petroleira, que tem lutado justamente para tornar a relação piso e teto mais equânime e garantir a isonomia para todos os trabalhadores do Sistema.
Apesar da melhoria do valor total de remuneração variável a ser pago pela holding (somando PLR + PRD), as subsidiárias não acompanharam essa tendência. E, para piorar, ainda aumentaram as diferenciações para o chão de fábrica, que constrói os resultados do Sistema Petrobrás como um todo, muitas vezes às custas de adoecimentos e mortes. Além de negar a isonomia para os trabalhadores das subsidiárias, a gestão reduziu os valores pagos aos empregados que estão no piso para aumentar a remuneração de quem já recebe pelo teto.
Em reunião nesta sexta-feira (06), o Conselho Deliberativo da FUP indicou a rejeição da contraproposta de PLR, a aprovação de estado de greve e o referendo das reivindicações apresentadas pelas direções sindicais na tentativa de avançar na isonomia para todos os trabalhadores. A orientação é que os sindicatos só iniciem as assembleias após o recebimento das minutas de propostas de todas as subsidiárias.
É inadmissível que os trabalhadores que ganham menos sejam sacrificados para subsidiar os que já recebem as maiores remunerações nas empresas do Sistema. Da mesma forma que são inaceitáveis discriminações, como o pagamento de valores diferenciados em relação à holding e a recusa da companhia em pagar o PRD/PPP para os novos empregados. A FUP exige que sejam considerados a data de admissão do trabalhador e o período de formação.
O Conselho Deliberativo da FUP enfatizou que a diferença entre as propostas apresentadas pela holding e pelas subsidiárias reforça a necessidade da empresa voltar a ter uma regra que considere os resultados de todo o Sistema Petrobrás, como têm cobrado as entidades sindicais. A FUP acredita que é possível construir uma comissão com a empresa e a SEST para buscar superar os obstáculos que têm impedido o avanço desse debate.
Para as direções sindicais, as distorções e desigualdades da política de remuneração variável do Sistema Petrobrás não têm nada a ver com os resultados financeiros das subsidiárias e sim com os valores ideológicos autoritários que ainda encontram eco em parte considerável dos gestores.
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Em todas as rodadas de negociação, a FUP reforçou que qualquer prática de remuneração variável diferente da PLR deve seguir as mesmas regras negociadas coletivamente com os sindicatos. No entanto, a Petrobrás insiste em manter um programa subjetivo, totalmente atrelado à gestão de desempenho e que reforça a discrepância entre os menores e maiores valores pagos, dada a extrema desigualdade que já existe na remuneração mensal. Sem falar que o programa de prêmio é uma ferramenta passível de ser utilizada para perseguição política dos trabalhadores. Ou seja, a essência do PRD continua sendo a mesma do PPP.
Para se contrapor a essa lógica da gestão, é fundamental que haja uma forte pressão dos trabalhadores nas bases para que as entidades sindicais possam buscar melhorias nas propostas apresentadas e avanços futuros na negociação coletiva de uma só política de remuneração variável para toda a categoria, de forma isonômica e que leve em conta os resultados de todo o Sistema Petrobrás.
Indicativos para a assembleias:
› Rejeição da segunda contraproposta de PLR e remuneração variável do Sistema Petrobrás
› Formação de uma comissão de negociação em 2025 para buscar formas de retorno de uma PLR com base no resultado de todo o Sistema Petrobrás
› Aprovação do estado de greve
A diretora da FUP, Cibele Vieira, explica os indicativos definidos pelas entidades sindicais. Veja o video abaixo: