Em nota divulgada à imprensa, a Petrobrás comunicou mais um acidente fatal de trabalho. A vítima foi o mergulhador Athayde dos Santos Filho, 57 anos, da empresa Fugro, que presta serviços para a petrolífera no projeto de expansão da produção da Plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos. O acidente ocorreu na manhã desta sexta-feira (03), quando o trabalhador realizava um mergulho, a cerca de 170 metros de profundidade, para manobras de instalação de tubulação no leito marinho.

Segundo informações de petroleiros do Litoral Paulista, a mangueira de oxigênio foi degolada do equipamento de respiração do mergulhador devido a um problema que estava ocorrendo no flutuador da tubulação da plataforma. Dois trabalhadores que estavam com Athayde ainda tentaram salvá-lo.

A Petrobrás declarou que o mergulhador foi socorrido no local, recebeu a assistência emergencial, mas não resistiu. “A companhia já avisou aos órgãos reguladores e vai instaurar comissão de investigação para apurar as causas do acidente”, informou a empresa em sua nota.

Este foi o quarto acidente fatal este ano no Sistema Petrobrás. Todos com trabalhadores terceirizados. Nos últimos 23 anos, 379 petroleiros perderam a vida em acidentes de trabalho, sendo que 308 eram trabalhadores terceirizados. Ou seja, a cada dez acidentes, oito são com prestadores de serviço.

Desmonte aumentou a insegurança

Os cortes de investimentos e a privatização de ativos potencializaram os riscos de acidentes, principalmente em função da redução de efetivos, da falta de manutenção das unidades e da consequente precarização das condições de trabalho.

Em pesquisa feita pela FUP e seus sindicatos com os trabalhadores das refinarias, 94% dos 1.180 petroleiros que participaram da consulta informaram que não se sentem seguros nas unidades. Apenas 170 trabalhadores disseram ter tido algum tipo de treinamento sobre os procedimentos de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis, como prevê a NR-20.

O cenário de insegurança é o mesmo nas plataformas, terminais e campos de produção terrestre, onde vários ativos estão sendo privatizados. O resultado desse desmonte é o aumento das ocorrências de emergência, acidentes frequentes e 14 trabalhadores mortos neste dois anos da gestão temerária dos golpistas.

Fonte: FUP