O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, pediu demissão na manhã desta sexta-feira, 1º/06, “em caráter irrevogável e irretratável”.  Em carta enviada ao presidente-golpista Michel Temer, com quem se reuniu hoje, o executivo afirma que sua permanência na presidência da Petrobrás “deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente”.

Para a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN, as contradições evidenciadas pelas soluções adotadas por Michel Temer visando desmobilizar a greve dos caminhoneiros, somadas às críticas à política de reajustes de preços atrelados às cotações internacionais do barril de petróleo e do dólar, amplificadas pela greve deflagrada pela categoria petroleira, deixaram Pedro Parente em situação delicada.

Para pôr fim ao movimento dos caminhoneiros, Temer decidiu reduzir em R$ 0,46 o preço do litro do diesel, mantendo esse valor por um período de 60 dias. Entretanto, para viabilizar a operação, cortou incentivos fiscais de diversos setores econômicos, reonerando as folhas de pagamento, e cancelou despesas orçamentárias da União para programas de diversas áreas, dentre as quais saúde, educação, segurança e saneamento básico.

Assim, ao invés de alterar a absurda política de preços implantada por Pedro Parente em outubro de 2016, Temer optou por subsidiar o preço do diesel, custeando uma soma de R$ 13,5 bilhões, dos quais R$ 9,56 bilhões deverão ser ressarcidos diretamente à Petrobrás, com recursos orçamentários que serão retirados da sociedade para garantir os lucros dos acionistas privados da companhia, a maioria estrangeiros.

Ainda não há informação sobre o nome do susbstituto de Pedro Parente na direção do Conselho de Administração da Petrobrás, mas a mudança não deve gerar grande expectativa de alteração da política em curso. O desmantelamento da Petrobrás e a captura do Pré-sal constituem grandes objetivos das forças antinacionais que sustentam o governo usurpador e, por isso, a demissão de Parente representa uma importante derrota nos planos golpistas.

A reversão completa dessa política lesa-pátria, antidemocrática e antipopular, no entanto, só deverá acontecer mediante a intensificação das lutas do povo brasileiro. E, nesse sentido, o SINDIPETRO-RN conclama à unidade de ação as mais amplas forças políticas e sociais. É hora de interrompermos o ciclo retrógrado bancado pelo governo golpista e de criarmos as condições para a ascensão de um novo governo: democrático, patriótico e progressista, que tenha por compromissos a retomada do desenvolvimento com justiça social.

 

Natal (RN), 1º de junho de 2018

Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN