As multinacionais de petróleo foram as grandes vencedoras da 15ª Rodada de Licitações que a ANP realizou nesta quinta-feira, 29, com participação de empresas de 11 países e apenas duas nacionais. Foram arrematados 22 dos 68 blocos ofertados, todos em áreas marítimas. A Petrobrás teve uma participação tímida, ficando com apenas sete blocos, sendo que seis deles em parceria com multinacionais: ExxonMobil (Estados Unidos), Statoil (Noruega), QPI (Catar) e Shell (Reino Unido).

Dos R$ 8 bilhões que o governo arrecadou em bônus de assinaturas, R$ 7,5 bilhões (93% do total), são referentes aos nove blocos da Bacia de Campos localizados na franja do pré-sal, cujas reservas estimadas são de pelo menos 6,3 bilhões de barris de petróleo. Como já havia ocorrido na 14ª Rodada, as multinacionais foram novamente presenteadas com áreas petrolíferas altamente produtivas e lucrativas, pagando bônus de assinatura muito abaixo do que pagariam no regime de partilha e, pior, sem deixar uma gota sequer de óleo para o Estado brasileiro.

O prejuízo para a nação seria ainda maior, se o TCU não tivesse retirado do leilão os dois blocos mais valiosos que Temer e sua turma pretendiam entregar de bandeja. A FUP também tentou barrar o leilão na Justiça, ingressando com Ação Civil Pública, onde denunciou, mais uma vez, os interesses escusos de Pedro Parente, que, além de ser sócio em uma empresa de consultoria de investimentos, ainda colocou na direção e no Conselho de Administração da Petrobrás executivos ligados à Shell e ao mercado financeiro.

Apesar das evidências de danos contra o patrimônio público, o governo comemorou efusivamente os resultados da 15ª Rodada. O que dizer então das empresas que levaram praticamente de graça os blocos arrematados? Só na Bacia de Campos, o preço médio do barril dos nove blocos leiloados saiu a R$ 0,84. As petrolíferas pagaram menos de um real por cada barril com 159 litros de óleo! Ou seja, os golpistas estão doando o nosso petróleo para as multinacionais, enquanto o povo brasileiro paga uma das gasolinas mais caras do planeta.

Tudo isso com a anuência dos gestores da Petrobrás, que, mais uma vez, jogaram contra a empresa e deixaram para as concorrentes os principais blocos de petróleo. A norte-americana ExxonMobil, que estreou como operadora no Brasil em setembro passado, beneficiada pela 14ª Rodada, levou mais oito promissores blocos de petróleo, avançando sobre as reservas do país, enquanto a Petrobrás perde o protagonismo no setor, retrocedendo aos tempos de FHC.

Fonte: FUP