Foi lançada nesta segunda-feira, em São Paulo, a campanha “Cadê a prova?”, iniciativa de sindicalistas e representantes de movimentos sociais para denunciar a perseguição judicial sofrida pelo ex-presidente Lula, condenado pelo juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sérgio Moro. Encabeçada pela Central Única dos Trabalhadores, a campanha conta com a participação de dirigentes da CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central e Intersindical. Marcha Mundial de Mulheres e MTST também apoiam a iniciativa.

Por Railídia Carvalho*

No dia 24 de janeiro, o ex-presidente será julgado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. O objetivo da campanha “Cadê a Prova?” é mostrar que o processo que condenou Lula nao tem consistência jurídica e que existe uma perseguição política contra oex-presidente para inviabilizar a candidatura dele às eleições de 2018.  

A campanha deverá trazer peças com as frases: “Disseram que o triplex era de Lula. O documento da Caixa diz o contrário”, “Condenação sem prova é injustiça. Eleição sem Lula é fraude”, “Condenar Lula? Cadê a prova?”. “Todo o processo foi político e midiático, para impedir que o ex-presidente seja candidato e eleito, como mostram todas as pesquisas de intenção de votos feitas até agora”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas.

A CTB foi representada na atividade pelo secretário de Formação, Ronaldo Leite. “Foi apresentado material de duas campanhas publicitárias: a “Cadê a Prova?” e ” Eu vou com Lula a Porto Alegre”. A Campanha “Cadê a Prova?” tem como objetivo dialogar, esclarecer o que está por traz da campanha liderada pela grande mídia em torno desta questão”, informou Leite.

O dirigente da CTB informou também que foi aprovada a criação do Comitê Sindical Nacional em defesa do direito de Lula a ser candidato. O dia 13 de janeiro foi proposto como data de lançamento dos comitês que defendem o direito do ex-presidente e de apresentação de um calendário nacional de atividades em Porto Alegre. Estão confirmadas nos atos na capital gaúcha a presença de organizações mundiais de trabalhadores, como a Confederação Sindical Internacional (CSI) e a IndustriALL Global Union (sindicato mundial dos trabalhadores na indústria).

“A defesa de Lula não anula as outras pré-candidaturas progressistas à Presidência. É a defesa da legitimidade de o povo escolher nas urnas o seu candidato”, reafirmou o dirigente. Leite adiantou ainda que estão programados vigília (de 23 para 24) e um grande ato político, às 18h do dia 24, na Avenida Paulista. Para Luiz Gonçalvez, o Luizinho, presidente da Nova Central em São Paulo, “Defender Lula é defender a classe trabalhadora, porque a classe patronal quer nos esmagar”.

“O julgamento do ex-presidente é uma fraude e sua condenação é parte do golpe contra a democracia e os direitos dos trabalhadores no Brasil”, enfatizou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “Impedir a candidatura de Lula representa a condenação do povo brasileiro e vai aprofundar ainda mais a retirada de direitos, com a reforma da Previdência que quer acabar com a aposentadoria, o desmonte da legislação trabalhista e da soberania nacional, com as privatizações”, acrescentou.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, também participa da campanha em defesa do direito do ex-presidente ser candidato. “Assinei o documento em defesa da legalidade do processo eleitoral. Passaram o Lula na frente de outros processos com objetivo de prejudicá-lo nas eleições. E na minha opinião é tirar o legítimo direito de milhões que querem votar nele”, declarou Juruna ao Portal Vermelho

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