Em todo o Brasil, petroleiros e petroleiras do Sistema Petrobrás estão demonstrando espírito unitário e disposição de luta para garantir a preservação de direitos consagrados em seu Acordo Coletivo de Trabalho. Em centenas de assembleias realizadas em bases administrativas e operacionais, a categoria rechaçou a contraproposta apresentada pela Direção da Companhia, entendendo-a como uma tentativa descarada de desmonte do ACT.

Coerente com o pensamento das bases, a recusa foi apresentada à Petrobrás em reunião de negociação realizada na última quinta-feira, 5. Com o respaldo do Dieese, dirigentes da FUP e Sindicatos sustentaram que a contraproposta desfigura um Acordo construído com muita luta pelos petroleiros, e que não há justificativa econômica para a retirada de direitos, ficando claro que as modificações propostas pela atual gestão têm motivação exclusivamente política.

De acordo com os dados apresentados pela FUP/Dieese, a Petrobrás tem hoje uma produção de petróleo superior a de outras grandes petroleiras, como a BP, a Total e a Statoil. Comparativamente, entre os anos de 2014 e 2016, registrou uma queda nas receitas de vendas menor do que a da BP e a da Statoil, além de uma redução das despesas operacionais maior do que a das outras três petroleiras. No entanto, nesse mesmo período, a Petrobrás foi a que mais reduziu despesas com salários.

Ainda durante a reunião com a Petrobrás, além das questões relacionadas à campanha reivindicatória, FUP e Sindicatos retomaram denúncias sobre a precarização da política de SMS e o aumento do número de acidentes de trabalho. Também cobraram explicações sobre o retorno do diretor de Governança, Risco e Conformidade, João Elek, que contratou sem licitação uma consultoria financeira onde sua filha trabalha, e sobre a chegada de mais um gerente ligado a uma empresa concorrente.

Mobilizações

No Rio Grande do Norte, tal como no restante do país, a contraproposta da Petrobrás que desmonta o Acordo Coletivo foi rejeitada maciçamente (98,7%), não recebendo um voto sequer. Nas sessões deliberativas, os trabalhadores e trabalhadoras também acataram os demais indicativos propostos pela FUP, aprovando o Estado de Greve e a manutenção da assembleia em sessão permanente.

Além disso, visando intensificar os preparativos para a eventual adoção de formas de luta mais radicalizadas, os petroleiros e petroleiras norte-rio-grandenses decidiram promover Seminários de Qualificação de Greve, envolvendo as principais áreas da Companhia no Estado. As reuniões acontecerão no período de 10 a 18/10, em locais e horários previamente divulgados pelos veículos de comunicação do Sindicato.