Entre os dias 10 e 14 de abril, a Federação Nacional de Minério e Energia (FNME) da França, filiada à Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), realizou seu 6º Congresso na cidade de Nantes. 

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participou por meio de seu secretário de Relações Internacionais, Divanilton Pereira*. 

Em sua exposição, o sindicalista aproveitou a oportunidade para denunciar o golpe sofrido no Brasil e as reformas que o presidente ilegítimo, Michel Temer, está implementando no país contra os direitos sociais e trabalhistas.

Veja abaixo a íntegra da intervenção:

Companheiras e companheiros,

Recebam a calorosa saudação da classe trabalhadora brasileira, em particular da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, a CTB, entidade sindical filiada à Federação Sindical Mundial (FSM).

Agradeço o honroso convite para participar do já exitoso 6º congresso da FNME.

Consideramos que este congresso ocorre dentro de importantes singularidades geopolíticas. Um tempo que reflete o crescente e histórico desenvolvimento desigual das nações. 

Dessa circunstância emergem novos blocos de poder político e econômico que disputam um novo rearranjo mundial e questionam a hegemonia norte-americana.

A grave e multidimensional crise atual do capitalismo acelera esse processo e a resultante é uma geopolítica multipolar. Contudo, essa movimentação não ocorre de uma forma harmoniosa. Pelo contrário, o mundo está mais tenso, instável e imprevisível. A paz, aspiração dos povos, está seriamente ameaçada.

Parte integrante estratégico dessas disputas, o setor energético continua sendo objeto de severas disputas pelo seu controle. Seja através de legislações condicionadas ou até mesmo por guerras. Para tal intento liberal, propagandeiam essa cadeia como se mercadoria fosse.

Tenho certeza que as resoluções desse congresso reafirmarão a energia como patrimônio dos povos e não do mercado global e lutarão pela sua natureza pública e social. 

O desenvolvimento de intercâmbios sindicais em escala internacional é imprescindível para cumprirmos tais objetivos.

Aproveito essa oportunidade para denunciar, não só o golpe parlamentar-judiciário ocorrido no Brasil, como também as consequências programáticas dessa trama.

Um ilegítimo usurpou a Presidência da República e, liderado pela direita política e econômica, afronta a democracia e põe à venda a soberania do país – está privatizando a Petrobras e as reservas do pré-sal – e promove grandes retrocessos contra os direitos previdenciário, trabalhista e sindical da classe trabalhadora brasileira.

Contra essa ofensiva reacionária em nosso país, as principais centrais sindicais brasileiras, entre elas a CTB, realizarão uma greve geral no próximo dia 28 de abril. Venceremos.

É com essa concepção sindical classista que a CTB saúda mais uma vez as trabalhadoras e os trabalhadores do minério e da energia da França, parabeniza a direção cessante dessa federação e deseja êxitos para a nova que aqui será eleita.

Viva a classe trabalhadora de todo o mundo!

Vida longa à FNME!

Muito obrigado!

*Divanilton Pereira, secretário de Relações Internacionais da CTB e Secretário Geral Adjunto da Federação Sindical Mundial.