A proposta do governo para a aposentadoria dos trabalhadores rurais poderá tirar 80% dos segurados atuais do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). A afirmação foi feita nesta quarta-feira (22) pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch. Ele participa de audiência pública promovida pela comissão especial que analisa a reforma da Previdência.

O governo quer igualar a aposentadoria dos trabalhadores rurais e urbanos. Com isso, os dois se aposentariam com 65 anos de idade e 25 anos de contribuição. Para Broch, a questão crítica é o tempo de contribuição.

Hoje, o trabalhador rural contribui com base na produção. Os segurados especiais (basicamente os que trabalham em regime de economia familiar) nem contribuem. Para se aposentar, basta comprovar o trabalho no campo.

“Esse [contribuição] é o ponto crucial. Talvez o mais sério de todos. O trabalhador rural é remunerado pela produção, ele não tem salário, não tem férias”, disse Broch. “Há um certo pânico no campo.”

Para ele, a nova regra poderá desincentivar o trabalho rural, jogando o homem do campo nas políticas de assistência social e afetando a produção de alimentos no País.

“É fundamental a importância da aposentadoria rural para o País. É importante para o trabalhador, mas é muito importante para o País”, disse Broch.

Fonte: Agência Câmara