Você já se ocupou em guardar palitos de fósforo usado para transferir a chama do fogão de uma boca para outra? Já considerou conservar restos de sabonete para uni-los e moldá-los em uma peça única, poupando a abertura de uma embalagem nova? Se sua resposta for sim, não se envergonhe.
Ser econômico em pequenas coisas não necessariamente é sinônimo de sovinice. O problema é quando esse tipo de prática se atém aos detalhes, desprezando seus efeitos e ignorando as questões que verdadeiramente deveriam ser objeto de atenção: a popularmente chamada “economia de palito”.
Nos períodos de crise econômica, como o que hoje vivemos, é comum presenciarmos a adoção de políticas de redução de custos. E, nas grandes companhias, ou naquelas empresas cuja gestão padece de extrema verticalização, tais decisões geralmente ocorrem de cima pra baixo, sem estudos mais profundos, capazes de analisar a relevância das medidas.
O perigo das diretrizes assim tomadas, como a que recentemente foi adotada pela Gerência Executiva de Energia da Petrobras, acabando com o desjejum do horário administrativo na Usina Termelétrica Jesus Soares Pereira – UTE-JSP, é o de que o tiro saia pela culatra. Em outras palavras: de que o corte acabe tendo um custo/benefício desfavorável.
A insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras com a medida é evidente. Sem o fornecimento de uma alimentação adequada, programada para dar suporte ao desempenho profissional, a improvisação passa a tomar conta, baseada em “vaquinhas”. E onde há falta de cuidado, os riscos sobejam. Nas rodas improvisadas, todos se perguntam: existiriam custos mais significativos e menos impactantes a se cortar?