Depois de realizadas 14 sessões deliberativas, nas principais bases administrativas e operacionais do Estado, a categoria petroleira norte-rio-grandense decidiu dar um sonoro “NÃO” à quarta contraproposta de Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho – ACT 2015/2017 apresentada pela Petrobrás.
Paralelamente, atendendo à indicação do Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros – FUP, os trabalhadores e trabalhadoras participantes também aprovaram a realização de paralisações, a serem deflagradas a qualquer momento, a partir da zero hora desta sexta-feira, 23 de dezembro.
O resultado das votações, por si só, já demonstra o grau de insatisfação da categoria petroleira. Submetida à apreciação de centenas de trabalhadores e trabalhadoras, a última contraproposta apresentada pela Petrobrás foi rejeitada por 95,4% dos consultados, com 2,7% de abstenções e míseros 1,9% de aceitação. Já, o indicativo de paralisação obteve a aprovação de 78,3%, com 10,2% de votos contrários e 11,5% de abstenções.
Bode
Durante as sessões deliberativas, no decorrer dos debates, uma das principais críticas dos trabalhadores à estratégia negocial adotada pela gestão Pedro Parente foi a adoção da tática do “bode na sala”. O procedimento consiste em iniciar as negociações apresentando propostas inaceitáveis, para, posteriormente, recuarem, aparentando disposição conciliadora.
Foi assim, com as propostas de redução de horas extras de 100% para 50%; de não correção de valores para o Adicional do Estado do Amazonas e Gratificação de Campo Terrestre; e de reajustes abaixo da inflação para os Benefícios Educacionais, Programa Jovem Universitário, Grande Risco da AMS, Benefício Farmácia e Vale Alimentação / Refeição.
Com esses movimentos, dá-se a impressão de que as proposições mais recentes representam um avanço, vendendo-se a ideia de que se chegou ao limite, a um impasse, quando, em verdade, a pauta ainda representa retrocesso, com redução e supressão de direitos, além de desrespeito ao ACT, como no caso do ATS da Fafen-PR ou da redução da jornada com diminuição de salários.
Mentira
Outro alvo de críticas da categoria petroleira é o discurso fraudulento da gestão da Petrobrás que insiste em apresentar a proposta rebaixada e parcelada de correção salarial como mecanismo de reposição de perdas.
O fato de chegar à próxima data base (1º/09/17) com salários nominalmente corrigidos pelo índice inflacionário do período anterior (2015/2016) não assegura que os trabalhadores receberão o montante que lhes é devido.
Isto ocorre, porque o complemento de 2,8% oferecido pela Companhia, para incidência a partir de fevereiro, não tem caráter retroativo ao mês da data base (setembro), levando os trabalhadores a acumularem perdas salariais efetivas, durante cinco meses.
Protocolo
Em decorrência do resultado da Assembleia Geral, a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN já protocolou ofício junto à Gerência da UO-RNCE, comunicando a realização de paralisações, a serem deflagradas a qualquer momento, a partir de zero hora desta sexta-feira, 23 de dezembro, em todas as bases da Petrobrás no Rio Grande do Norte.