Em comunicado publicado no “Portal Petrobras para o empregado”, no final da manhã desta quinta-feira, 17, a Direção da companhia apresentou uma nova contraproposta aos petroleiros e petroleiras para a celebração de Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho 2015-2017.

Caracterizada pela Petrobrás como “um esforço máximo de valorizar o diálogo com as entidades sindicais na mesa de negociação”, a proposta está sendo considerada uma provocação, já que o conteúdo foi divulgado antes mesmo da reunião com a FUP/Sindicatos.

O menosprezo à capacidade de entendimento da categoria petroleira começa já no título da Nota, que zombeteiramente anuncia: “Petrobras propõe recompor a inflação: 6% de reajuste em setembro/16 e mais 2,8% a partir de março/17”.

A perda salarial acumulada no período de 1º/09/2015 a 31/08/2016, registrada pelo IPCA, foi de 8,97%, mas a empresa insiste em sua tese, chegando mesmo a registrar, por escrito, que a fórmula apresentada “corresponde à recomposição da inflação”.

Por sinal, o índice de 8,97% é reconhecido quando se trata de reajustar imediatamente as tabelas de custeio do Grande Risco, do Benefício Farmácia, e dos Benefícios Educacionais, do Programa Jovem Universitário e no valor do Vale Alimentação/Refeição.

Pegadinha

Além da questão salarial, a Petrobrás tem insistido em apresentar propostas que escapam do escopo das negociações do Termo Aditivo. E, para o movimento sindical petroleiro, tais proposições só poderiam ser discutidas após o encerramento da atual campanha, na Comissão de Regimes de Trabalho.

Por isso, como forma de tentar cooptar parte da categoria, neutralizando a ideia de que qualquer proposição fora da questão salarial deva ser remetida para outras instâncias, a Petrobrás utiliza-se de um artifício.

Ao lado das proposições que visam diminuir o valor das horas extras, reduzir a jornada de trabalho com diminuição de salários e converter o Vale Refeição em Vale Alimentação, a empresa acena, agora, com tímidos benefícios para trabalhadoras lactantes e empregados com deficiência.

Encaminhamentos

Formado por membros efetivos da Federação Única dos Petroleiros e por representantes de cada um dos sindicatos filiados, o Conselho Deliberativo da FUP reúne-se nesta sexta-feira, 18, para apreciar a contraproposta da Petrobrás. De acordo com avaliação preliminar, externada logo após a reunião coma empresa, a proposta apresentada “já nasce morta”.

“Além de manter a política de arrocho salarial, a empresa insiste em questões que fogem das questões salariais, ferindo cláusulas do Acordo Coletivo que só serão negociadas no ano que vem e, que, portanto, não são objeto do Termo Aditivo. Além disso, a Petrobrás segue descumprindo o que foi acordado em relação ao ATS dos trabalhadores da Fafen-PR”, destacou Zé Maria, coordenador da FUP.