O consórcio responsável pelo Campo de Libra, um dos maiores do pré-sal na Bacia de Santos e liderado pela Petrobras, pediu à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para construir a plataforma totalmente no exterior, contrariando o que diz o contrato, que prevê pelo menos 55% do trabalho feito pela indústria nacional, diz O Globo. A decisão foi alvo de críticas do setor industrial, que teme o impacto no segmento de óleo e gás e no mercado de trabalho.

“A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, confirmou, durante a Rio Oil & Gas, o pedido do consórcio. Libra tem potencial para produzir de oito a 12 bilhões de barris de petróleo e é o primeiro campo sob o regime de partilha. A área é explorada por um consórcio formado, além da Petrobras, por Total, Shell e as chinesas CNPC e CNOOC.

Segundo fonte do setor, o pedido ocorreu porque o preço oferecido pelas empresas nacionais durante a licitação veio 40% acima do valor estipulado internamente pelo consórcio. Uma plataforma como a de Libra tem valor estimado de cerca de US$ 1 bilhão.

— O waiver (um pedido de isenção do conteúdo local previsto em contrato à ANP) foi solicitado porque o preço foi considerado excessivo. E tem que ser da plataforma inteira mesmo porque é mais econômico contratar 100% da construção — disse uma fonte do mercado.

O contrato prevê um percentual de 55% de conteúdo local. Até então, a Petrobras havia informado que pedira uma revisão do percentual, mas sem detalhes. A ANP decidiu oficiar a petroleira para obter explicações adicionais.

— No caso de Libra, a solicitação de waiver foi de 100%. O consórcio tem que detalhar as questões impeditivas. Eles queriam contratar tudo lá fora com a Mode [empresa japonesa]. É um escândalo — disse uma fonte.”

 

Via Brasil 247