“Precisamos unificar a luta nas bases para barrarmos o retrocesso na Petrobrás”. Foi com este chamamento que o diretor do SINDIPETRO-RN, Marco Aurélio Azevedo, deu início à segunda rodada do Seminário de Qualificação de Greve, em Mossoró. O encontro reuniu petroleiros das bases administrativas e operacionais do Canto do Amaro, Riacho da Forquilha, Fazenda Belém e Base-34, na noite da última quarta-feira, 19, na subsede do Sindicato.
Na oportunidade, o secretário geral do SINDIPETRO-RN, Pedro Lúcio, também se pronunciou, relembrando lutas históricas da categoria, como a greve de maio de 1995. “Durante aquele movimento – recordou Pedro, os petroleiros tiveram que enfrentar a intransigência e o autoritarismo do Governo FHC, além de uma escancarada campanha da mídia, que buscava jogar a população contra os trabalhadores”.
Segundo Pedro Lúcio, foi graças à união da categoria que se tornou possível a construção de uma greve histórica, com 32 dias de duração. Ele destaca que “a paralisação ficou conhecida como o primeiro grande movimento de resistência dos trabalhadores brasileiros contra o neoliberalismo”, e que, “para ser politicamente vitoriosa, chegando mesmo a enfrentar o Exército em refinarias ocupadas, foi necessário aos grevistas muita convicção e firmeza”.
Exemplos de disposição, os números citados por Pedro Lúcio impressionam. Ele conta que, com o término da greve, mais de mil trabalhadores foram punidos; 73 foram demitidos, dentre os quais muitos dirigentes sindicais; e lembra que o TST impôs multas milionárias à FUP e aos sindicatos, já no 23º dia de paralisação, sendo que, muitas entidades, a exemplo do SINDIPETRO-RN, se viram obrigados a utilizar formas semiclandestinas de atuação, tamanha a repressão que tiveram que enfrentar.
Questionamentos
No decorrer do Seminário, as questões mais discutidas foram a disposição de mobilização existente nas bases administrativas e operacionais e orientações para a deflagração e manutenção do movimento paredista, já que a categoria se encontra em Estado de Greve.
Os presentes concordaram que é necessário intensificar o trabalho de esclarecimento junto aos petroleiros e petroleiras mais jovens, debatendo os efeitos da política de desmonte da Companhia, e discutiram aspectos organizacionais relacionados à implementação da forma de luta.
Uma constatação que também chamou a atenção dos presentes foi a crescente participação nas mobilizações de trabalhadores que aderiram ao Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário – PIDV e também de aposentados e pensionistas. O Sindicato envidará esforços para ampliar essa adesão ainda mais.