Atos realizados em cidades de todas as regiões do país nesta terça-feira, 10, manifestaram a disposição de luta e resistência da sociedade brasileira ao golpe em curso no país. Em Natal, ao longo de todo o dia, mobilizações, paralisações, bloqueios e caminhadas fizeram ecoar nas ruas palavras de ordem contra o golpe em curso, contra retrocessos a direitos da classe trabalhadora e pela defesa da legitimidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Mais cedo, a paralisação de motoristas e cobradores do sistema municipal de transporte coletivo, em contraponto às ameaças de ataques aos direitos trabalhistas do programa que o PMDB quer implementar em eventual governo de Michel Temer (PMDB), o bloqueio de acesso à UFRN por estudantes, que afirmam não reconhecer o governo golpista que pretende assumir o poder no Brasil, e as diversas atividades, aulões e debates realizados na Universidade marcaram o início do Dia Nacional de Mobilização na capital do Rio Grande do Norte.

Integrada ao dia Nacional de Lutas, a categoria petroleira também promoveu diversas ações durante toda a terça. Trabalhadores lotados no Polo Guamaré, Alto do Rodrigues e plataformas marítimas atrasaram os embarques em pelo menos duas horas. Na sede em Natal, assembleia deliberou pela participação no Ato da Frente Brasil Popular marcado para às 16h. Em Alto do Rodrigues, trabalhadores discutiram o programa “Ponte para o Futuro” em Assembleia. Já no Polo Industrial de Guamaré e em Mossoró foram realizados Atos Públicos.

No período da tarde, o ato convocado pela Frente Brasil Popular, que fez parte da jornada de lutas em defesa da Democracia e por Direitos Sociais e Trabalhistas, reuniu milhares de pessoas. O evento teve concentração no cruzamento das Avenidas Salgado Filho e Bernardo Vieira, e saiu em caminhada até a Praça Cívica do Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Durante todo o percurso, as palavras de ordem, faixas, cartazes e artes deram o tom à manifestação e reforçaram que não há saída fora da Democracia. Os presentes condenaram o golpe, reafirmaram a defesa da manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas e sociais e da legitimidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff.

A grande mídia, especialmente a rede Globo, foi mais uma vez rechaçada aos motes de “O Povo não é bobo, abaixo a rede Globo” e “A Verdade é dura, a rede Globo apoiou a ditadura”, acusada de alardear a falsa análise de que o impeachment da presidenta Dilma reconduziria o país à normalidade e à retomada do crescimento econômico.

A manifestação foi encerrada com a realização de um ato cultural na Praça Cívica do campus da UFRN, no qual se apresentaram artistas potiguares, como o cantor Pedrinho Mendes, o percussionista Danúbio Gomes e o multi-instrumentista Antônio de Pádua.