Em diversas áreas afetadas pela greve e que estão sob controle de equipes de contingência, os gestores da Petrobrás estão agindo com extrema irresponsabilidade. Sem se importar de colocar em risco a vida de trabalhadores, a integridade de instalações, o meio ambiente e a segurança de comunidades que vivem no entorno, esses prepostos estão rasgando todas as normas de segurança, permitindo que funcionários terceirizados, sem qualificação e treinamento, operem as unidades.

No Polo Industrial de Guamaré, por exemplo, os trabalhadores da Petrobrás estão denunciando a existência de auxiliares de apoio operacional atuando nas áreas de processo, o que constitui um flagrante desrespeito aos princípios e padrões de segurança. Outro absurdo gerencial identificado naquela unidade é o destacamento de um técnico de manutenção terceirizado, sem a certificação exigida pelas normas regulamentadoras da companhia, para operar turbinas de gás.

Nas demais áreas operacionais, em todo o país, o descalabro tem se repetido. Além de tecnicamente despreparadas, as equipes de contingência montadas pela Petrobrás para atuar nas refinarias, termelétricas, plataformas marítimas e campos terrestres de produção atuam com reduzido e insuficiente número de profissionais. O resultado é que, nos 12 dias de greve, a tentativa inconsequente de manter a produção a qualquer custo já causou uma morte e vários incidentes, como o recente vazamento de óleo na P-37. 

Todos esses fatos demonstram o grau de compromisso dos atuais gestores com os destinos da companhia. Para a maioria deles, pouco importa se a Petrobrás corre o risco de ser desmantelada e transformada numa petroleira qualquer, focada na exploração e produção de óleo cru. Preocupados apenas com a manutenção de seus cargos e benesses, esses dirigentes preferem submeter-se aos interesses mesquinhos daqueles que estão mais preocupados em engordar e embolsar lucros, a terem que se aliar com os que verdadeiramente constroem a empresa. Os trabalhadores petroleiros, no entanto, não irão recuar.

Todas as práticas irresponsáveis e inconsequentes, incluindo as de natureza antissindical, como o bloqueio do acesso de dirigentes sindicais às instalações da companhia, ou, as imorais, como o pagamento de horas extras aos pelegos fura-greve, estão sendo denunciadas pelo SINDIPETRO-RN às Delegacias Regionais do Trabalho, ao Ministério Público do Trabalho e à sociedade em geral. Comprometidos com a defesa de um patrimônio que pertence ao povo brasileiro, os trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás seguem firmes na luta e, sobretudo, com as consciências tranquilas.