A categoria petroleira norte-rio-grandense está pronta para se integrar à greve. Esta é a avaliação da Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN, formulada a partir do nível de participação e da disposição de luta manifestada pelos trabalhadores e trabalhadoras, em todas as programações que a entidade desenvolveu nos últimos dias. Abrangendo algumas das principais bases da Petrobrás no RN, as mobilizações somaram-se à jornada de lutas implementada pelos sindicatos de petroleiros do Estado de São Paulo (Unificado, Litoral Paulista e São José dos Campos) e esquentaram o clima da campanha reivindicatória em solo potiguar.

ATP-ARG e UTE-JSP

Na quarta-feira, 14, foram realizadas reuniões setoriais no Ativo de Produção do Alto do Rodrigues (ATP-ARG) e na Usina Termelétrica Jesus Soares Pereira (UTE-JSP / ex-Termoaçu). Nas duas atividades, o elevado comparecimento e o interesse em discutir a conjuntura por que passa a Petrobrás atestam que a categoria petroleira está compreendendo corretamente a relação entre a luta corporativa, por condições dignas de trabalho e salários, e o enfrentamento mais geral, em defesa da integridade do Sistema Petrobrás e da exploração soberana do pré-sal e dos campos maduros.

BASE 34 e CANTO DO AMARO

Na quinta-feira, 15, a mobilização chegou à sede administrativa da Petrobrás em Mossoró (Base 34) e ao campo de produção do Canto do Amaro. Na “capital do oeste”, dirigentes sindicais, ativistas da Petrobrás e de empresas terceirizadas organizaram o “Corredor do Convencimento”. A atividade combina protesto, a partir do retardamento do início da jornada, e esclarecimento de questões do movimento, em pequenas reuniões. Durante cerca de três horas, a categoria aderiu conscientemente ao movimento, formando uma imensa fila na entrada da unidade.

Já, no Canto do Amaro, os debates foram realizados durante reunião setorial, realizada em auditório. Como nas demais bases, o evento contou com expressiva participação. Na oportunidade, os dirigentes sindicais apresentaram um amplo informe sobre o andamento das lutas da categoria. No âmbito interno, junto à direção da Petrobrás, e na esfera institucional-parlamentar. Nesta última, vem ganhando destaque a luta contra as inciativas que pretendem levar a Petrobrás a se desfazer dos campos maduros, repassando-os à iniciativa privada.

EMBARQUE MAR

Ainda na quinta-feira, 15, em Natal, a preparação da greve foi discutida durante o pré-embarque dos trabalhadores e trabalhadoras das plataformas marítimas. A categoria também aproveitou a oportunidade para repudiar a truculência da Polícia Militar do Estado de São Paulo que reprimiu manifestação pacífica promovida por petroleiros, em frente ao edifício sede da Petrobrás, em Santos (SP). A ação resultou em agressões e na prisão arbitrária de dois dirigentes do SINDIPETRO-LP.

NATAL

Nesta sexta-feira, 16, encerrando a semana de mobilizações, a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN promoveu reuniões setoriais na sede administrativa da Petrobrás e na Construção de Poços Terrestres – CPT, em Natal. Além dos informes das atividades que estão sendo realizadas pelo movimento sindical petroleiro em nível nacional e local, as reuniões abordaram a estratégia de luta adotada na atual campanha, que privilegia a negociação em torno de uma pauta composta por 12 itens, também chamada de “Pauta pelo Brasil”.

De acordo com o delegado sindical de Base da Sede Natal, Ivis Corsino, “a previsão é de que o movimento seja deflagrado ainda em outubro, pois há necessidade de esperarmos até o dia 26 deste mês, prazo estabelecido pelo Ministério Público do Trabalho, que faz a mediação para que a Petrobrás apresente o acordo sobre a Lei de Greve”. Até lá, a categoria deve garantir o item 10 da Pauta pelo Brasil, protocolada junto à Petrobrás, que afirma “Nenhum direito a menos”, fazendo um contraponto à proposta já apresentada pela companhia que visa rebaixar conquistas ou mesmo extinguir direitos históricos da categoria petroleira.