Representando a categoria petroleira norte-rio-grandense, a diretora do SINDIPETRO-RN, Claudete Roseno, juntou-se a mulheres de diferentes partes do Brasil, na 5ª edição da Marcha das Margaridas. As caravanas tiveram como destino a capital federal. Em pauta, a luta estratégica das trabalhadoras contra todas as formas de violência e discriminação, e por um projeto de desenvolvimento que amplie e consolide a democracia brasileira.

Nesta entrevista, a diretora do Sindicato relata a experiência de juntar-se a um contingente de cerca de 70 mil mulheres trabalhadoras do campo, da floresta e das águas, oriundas de todos os estados brasileiros, na maior manifestação mundial do gênero, realizada nos dias 11 e 12 de agosto, em Brasília.

Entrevista

– Como foi a experiência de participar de um evento desta magnitude?

Foi um dos eventos mais bonitos que vivi na militância. A Marcha das Margaridas tem a força, a beleza e a convicção da mulher brasileira politizada. Tive a oportunidade de interagir com mulheres de todos os cantos do Brasil. Diferente das “batedoras de panelas”, elas têm um propósito firme de emancipação. Nunca vi tanta mulher politizada junta. Fiquei impressionada. Também observei muitas idosas participando da Marcha. Fazendo o percurso com muita energia e convicção. Incrível!

– A Marcha é considerada o maior evento do gênero no mundo. Como estava o entusiasmo das participantes e o que as motivavam?

O que percebi, interagindo com mulheres de todas as regiões, é a diferença dos manifestantes em relação aos que fazem oposição ao governo Dilma. Ali, cada uma sabia exatamente porque estava participando daquele evento. Em grau maior ou menor de politização, todas tinham uma causa pessoal, com base nas próprias dificuldades, mas também muita clareza da necessária construção coletiva do desenvolvimento social.

– Dilma chamou as margaridas de “mulheres decididas”, como o trecho de uma das músicas da Marcha. Pode nos falar como foi o posicionamento das Margaridas frente à Dilma, e ao Governo, no evento?

Demonstramos apoio à Dilma e também fizemos nossas reinvindicações. Esse foi nosso propósito desde o início. Claro que este momento também não poderia deixar de ser para prestação de contas da presidenta, em relação à marcha de 2011. Dilma entregou o caderno de respostas às Margaridas em relação à pauta de 2015, mas também falou sobre as políticas públicas implementadas a partir da pauta de 2011, como a política de desenvolvimento da agroecologia, por exemplo. Disse, ainda, que o projeto das Margaridas converge para o projeto do próprio governo, pois tem o mesmo propósito, pela redução da desigualdade social.