“Diálogo e respeito são pontos fundamentais”. Com essas palavras, o gerente geral da Petrobrás na Unidade Operacional RNCE (UO-RNCE), Tuerte Amaral Rolim, sintetizou os principais requisitos do tipo de relação que espera manter com a entidade representativa dos petroleiros no Estado: o SINDIPETRO-RN. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 17, durante reunião realizada na sede administrativa da Companhia, em Natal.

Sob os olhares atentos de diversos diretores do Sindicato, o novo gestor também se manifestou sobre o momento vivido pela Petrobrás e quanto à necessidade e natureza de eventuais ajustes organizacionais e econômico-financeiros. Os representantes sindicais, por sua vez, cobraram mais transparência administrativa e maior interesse da Empresa em solucionar problemas que têm afetado a força de trabalho.

Conjuntura – Realizada numa conjuntura em que a Petrobrás vem sofrendo duros ataques e tem sido alvo constante de especulações, a primeira reunião da Direção do SINDIPETRO-RN com o novo gerente da UO-RNCE, Tuerte Rolim, foi marcada pela disposição conjunta de fortalecimento da Empresa enquanto patrimônio do povo brasileiro e instrumento de promoção do desenvolvimento econômico soberano da Nação.

Todavia, apesar da manifesta convergência de interesses, os representantes dos trabalhadores foram claros: não aceitarão atitudes autoritárias que tentam se aproveitar do momento para atacar a liberdade e a autonomia sindical e, muito menos, admitirão que o ônus da reestruturação produtiva recaia sobre os ombros da categoria, com a imposição de restrições a direitos adquiridos e rebaixamento das condições de trabalho.

Sem ignorar a possibilidade de divergências na relação entre Petrobrás e Sindicato, Tuerte Rolim defendeu o “diálogo permanente e o respeito mútuo” como pontos fundamentais à manutenção de boas relações entre a entidade e a empresa, e esclareceu que, em sua atuação, entre outras características, “não se sente tranquilo enquanto identifica vulnerabilidades no ambiente de trabalho, seja na integridade de instalações, seja na segurança”.

Crise e perspectivas – Com o entendimento de que a crise atual porque passa a Petrobrás tem duas componentes novas: a imagem institucional arranhada pelas denúncias de corrupção e o endividamento de quase R$ 400 bilhões, Tuerte Rolim defende que a Companhia “não pode titubear porque o momento é crítico”. Ele considera necessário “fazer um replanejamento” para que se possa “sair do cartão de crédito”. “Uma poupança para pagar a dívida, respirar e manter o negócio”, afirmou.

Questionado sobre as mudanças organizacionais e financeiras que a Petrobrás deverá promover como forma de enfrentar a situação, o novo gerente da UO-RNCE declarou que “ainda não existe nada de oficial”, e que “tudo está sendo desenhado”. Nos próximos dias – disse Rolim, “deverá sair um comunicado sobre os ajustes na estrutura”. E com relação aos investimentos, complementou: depende do Plano de Negócios e Gestão. Apesar disso, Rolim informou que estão sendo aprovados projetos de expansão em Fazenda Belém, Fazenda Pocinhos, e que o segundo poço no Campo de Pitú deverá ser perfurado em agosto.

Cobranças – Ao término da reunião, após os esclarecimentos do gerente da UO-RNCE, a representação sindical ainda fez uma série de cobranças à direção local da companhia. Entre as principais, a necessidade de maior transparência nos processos de avaliação e promoção de nível nas diversas unidades; de regularização da situação de vários contratos com empresas terceirizadas no tocante à instituição do Fundo Garantidor; e o apoio ao processo de discussão com vistas à elaboração de uma solução para o fim do Regime Administrativo no Campo.