Com o objetivo de cobrar soluções para os problemas apontados pelos usuários do Benefício Farmácia, a FUP e os sindicatos filiados reuniram-se com a Petrobrás e a operadora do programa, Global Saúde, na última quarta-feira, 20 de maio, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a Empresa contratada apontou o dia 31 de maio como prazo para apresentar um novo relatório com a evolução das providências tomadas. Os diretores de Imprensa e do Departamento Jurídico do SINDIPETRO-RN, respectivamente, Márcio Dias e Ricardo Peres, representaram a entidade.
Durante a reunião, a FUP e os sindicatos voltaram a criticar a gestão do programa, pontuando os problemas que os beneficiários vêm enfrentando, tanto com relação ao uso quanto ao cadastramento. As principais queixas recolhidas pelos canais disponibilizados pela FUP para monitoramento do serviço referem-se a não liberação de todos os medicamentos prescritos em receita médica; impossibilidade de efetivação da compra em horários determinados; burocracia excessiva e exigências desnecessárias; problemas com o ‘0800’; sistema fora do ar; dificuldades com o reembolso; e a não resposta de análise técnica, entre outros.
Multada pela Petrobrás por descumprimento de contrato, a Global argumentou que está realizando melhorias no site, no modelo de e-mail, e que está recrutando mais pessoas para os serviços de atendimento aos usuários. A Empresa também negou que esteja restringindo a aquisição de medicamentos ou efetuando bloqueios por horário ou valores. Apesar disso, o elevado número de reclamações e a coincidência de motivações leva a crer que existe alguma disposição em dificultar a aquisição dos medicamentos.
Ainda durante a reunião, de acordo com os diretores do SINDIPETRO-RN, ficou claro o esforço da Global em enumerar e explorar as tentativas de fraude contra o sistema como argumento para justificar dificuldades. Ao apresentar um demonstrativo preliminar de receitas e despesas, a Empresa também insinuou uma possível insuficiência nos valores do contrato. Segundo alegações anteriormente apresentadas pela operadora, uma das principais causas dos problemas atuais é o fato de a empresa ter assumido um programa em andamento, abandonado pela e-pharma.
A antiga operadora prestava serviços mediante um contrato de R$12,5 milhões/mês, mas, argumentando ter mais despesas que o previsto, pediu um aditivo à Petrobrás. O novo valor, negado pela Companhia, seria de R$22,5 milhões/mês. A Global substituiu a e-pharma, sendo remunerada pelo mesmo valor (R$12,5 milhões/mês), mas nos demonstrativos apresentados durante a reunião demonstra uma despesa mensal com aquisição de medicamentos superior a R$ 14 milhões.
No entendimento do Sindicato, os ilícitos devem ser combatidos pela operadora, mas não constituem a causa maior dos transtornos. Em verdade, a gestão do programa precisa ser mais transparente, com efetiva participação dos trabalhadores. Dados sobre o valor arrecadado para o benefício, por exemplo, dariam base para analisar a suficiência, ou não, do contrato firmado. Enquanto estas reivindicações não são atendidas, os trabalhadores exigem que a Petrobrás cumpra o Acordo Coletivo, em sua plenitude.
Cobranças – Durante a reunião, a FUP e os sindicatos também cobraram o fornecimento de remédios conforme a quantidade prescrita na receita; a não limitação do fornecimento mensal de remédios pelo valor (uma vez que não está previsto no acordo coletivo); a rigorosa fiscalização dos prazos estabelecidos para análise técnica e reembolso, criando mecanismos contratuais para punição; a ampliação do número de farmácias; a melhoria dos sistemas de atendimento; e a determinação de que a recusa em analise técnica seja feita, em última instância, por profissional da Petrobrás.