Próximo a data do pleito, a gestão da Petrobrás segue atropelando os trabalhadores e convocando os beneficiários da AMS – titulares, ativos, pensionistas e aposentados – a votar na eleição para os Conselhos Deliberativo e Fiscal da Associação Petrobrás Saúde (APS), mas a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos, como o SINDIPETRO-RN, reforçam a orientação para que a categoria NÃO PARTICIPE E NÃO E VOTE.
Desde o ano passado, várias entidades que representam os trabalhadores do Sistema Petrobrás – FUP, FNP e SINDMAR (o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante) – ingressaram com Ação Civil Pública, cobrando a suspensão imediata da eleição em curso para os Conselhos Deliberativo e Fiscal da Associação Petrobrás Saúde (APS).
As entidades, que juntas representam um universo de aproximadamente 280 mil beneficiários da AMS, entre titulares e dependentes, questionam a legitimidade do processo eleitoral, que está sendo imposto sem transparência e de forma flagrantemente ilícita, contrariando o próprio estatuto da APS, que também é repleto de irregularidades.
Denúncias
A criação da associação representa perda de direitos dos trabalhadores e há fortes indícios de corrupção envolvendo Cláudio da Costa, ex-gerente executivo de Recursos Humanos, demitido por ter feito uso de informações privilegiadas para se beneficiar financeiramente em uma operação milionária de venda de ações da companhia.
Para a FUP e seus sindicatos, proponentes da ação, a eleição é um jogo de cartas marcadas, que tem por objetivo legitimar a APS, criada às pressas e à revelia dos trabalhadores.
A Ação Civil Pública ingressada pelas entidades coloca sob suspeita o regulamento e a comissão eleitorais, denunciam a manipulação e alteração do calendário eleitoral, entre outras irregularidades, como a “usurpação de competência da Assembleia Geral para disciplinar a realização das eleições, reduzida à mera apuração dos votos” e “ilícitas restrições de natureza regulamentar ou infraestatutária — com prejuízos à efetiva disputa eleitoral, em contrapartida à potencial eleição de dirigentes ilegitimamente eleitos”.
“Devido ao desrespeito da atual gestão da Petrobrás e diante de todos os descumprimentos de acordos feitos entre a empresa, trabalhadores e entidades sindicais, não podemos ser chamados a votar em uma eleição onde o processo de candidatura foi restrito e definido através de critérios da própria empresa. Não concordamos com essa associação, que foi criada de forma ilegal, em meio a denúncias de corrupção envolvendo o gestor de RH da Petrobrás, que foi o mentor de todo o processo. Através de uma eleição ilícita e viciada, cuja ilegalidade estamos denunciando desde o início, a diretoria da Petrobras quer legitimar esse crime e não podemos permitir que isso aconteça”, alerta o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.