Petroleiros de todas as regiões denunciam explosão de casos de Covid na Petrobras e em outras áreas de exploração, sob responsabilidade de empresas terceirizadas. Em reunião realizada com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a direção da Companhia admitiu a explosão de casos da variante Ômicron em suas unidades.

Só de trabalhadores próprios, os números já atingem a marca de 725 infectados, o que caracteriza novo surto de contaminação na Petrobras. Além disso, há um total de 1.041 suspeitos. Desde o início da pandemia morreram 59 trabalhadores.

Os números foram apresentados pelo grupo de Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) da Petrobras, durante o encontro com lideranças da FUP.

A FUP solicitou, na oportunidade, que fossem discutidas estratégias de controle com o novo avanço da contaminação por coronavírus nas dependências da Companhia.

Segundo o diretor de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da FUP, Antonio Raimundo Teles, os números confirmam novo surto de contaminação na empresa, situação de risco seguidamente alertada pela FUP e sindicatos.

“Em meio a isso, é surpreendente que a gestão da empresa esteja preocupada, sobretudo, em defender os interesses da companhia”, afirmou ele, em referência à proposta apresentada pela Petrobras, durante à reunião, de aumentar de oito para 12 horas a escala de trabalho na empresa, em regime temporário e emergencial, como foi adotado no auge da pandemia, em março de 2020.

Aumento de escala

Para Teles, o aumento de escala não é o caminho adequado. Ao contrário, só penalizará o trabalhador física e mentalmente, sobretudo nas unidades offshore. “A empresa vem reduzindo seu efetivo e, agora, diante das baixas por Covid, quer sobrecarregar o trabalhador”, disse.

Cobrada pela FUP sobre providências adotadas diante do novo surto, a Petrobras informou a adoção do trabalho em regime híbrido, voltando à situação e regras que predominavam em dezembro de 2021, em cada unidade da empresa. Ou seja, no edifício sede, no Rio, um máximo de 40% dos empregados da área administrativa trabalhará até dois dias presenciais por semana.

Trabalhadores querem testagem

Em relação ao protocolo de testagem nas unidades da empresa, um dos itens da pauta da reunião, os representantes da estatal disseram estar em fase de implementação das medidas recomendadas por resolução (RDC 584, de 8/12/21) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre elas a testagem de todos os trabalhadores a bordo, quando haja um caso confirmado de contaminação.

O dirigente da FUP lembra, ainda, que os petroleiros defendem a testagem também na metade do período a bordo, entre outras medidas de segurança sanitária que permitam identificar previamente janelas de contágio.

Casos nas terceirizadas

Com a venda de campos de exploração e o aumento do número de empresas privadas, como vem ocorrendo aqui no Rio Grande do Norte, o levantamento de dados sobre a contaminação, e o controle de procedimentos de segurança, se torna mais lento e difícil. São centenas de terceirizadas para coletar informações e cobrar um padrão único protocolar.

 

Com informações da FUP