A maioria do Conselho de Administração aprovou, nesta quarta-feira, 27 de abril, a venda da totalidade da participação da Petrobrás no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos. Meu voto foi contra, porque considero um péssimo negócio para a companhia.
Albacora Leste significou, com o início da operação da P-50, em 2006, a conquista da tão sonhada autossuficiência na produção de petróleo do Brasil, comemorada em todo o território nacional, do Oiapoque ao Chuí, dos rincões mais longínquos às metrópoles.
Segundo o teaser de venda desse campo, divulgado em setembro de 2020 pela Petrobrás:
- ” O desenvolvimento do pós-sal inclui diversas oportunidades de perfuração de enchimento nos principais reservatórios;
- Desenvolvimento de descobertas do pré-sal e outros alvos de exploração já identificados devem aumentar a produção no curto prazo e estender os atuais níveis de produção no longo prazo”.
Conforme painel dinâmico da ANP, Albacora Leste já produziu muito mais do que a média recente verificada e, como em outros campos privatizados, constata-se o declínio acentuado da produção a partir de 2015/2016 e a falta de investimentos é, certamente, a principal causa.
Nesse desgoverno que a tudo destrói – conquistas sociais, científicas, direitos, soberania e símbolos -, a Petrobrás, e o que ela representa, se constitui em um dos principais alvos da destruição.
Mas se enganam os que acreditam que não seremos capazes de reconstruir tudo novamente.