Nesta quinta-feira, 02, os trabalhadores petroleiros atenderam ao chamado da FUP e da FNP e realizaram atrasos e paralisações no início do expediente nas bases do Sistema Petrobrás, de Norte a Sul do país. A mobilização nacional foi uma resposta à tentativa de privatização da empresa e marcou o início da campanha reivindicatória.

Representações sindicais de vários estados também participaram às 11h do ato unificado da FUP e da FNP em frente ao Edifício Senado (Edisen), no Centro do Rio de Janeiro, durante a entrega das pautas de reivindicações das duas federações. O Edisen é a atual sede da Diretoria Executiva da Petrobrás, que autorizou o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos da empresa a avaliar nesta quinta, 02, o pedido do governo Bolsonaro de inclusão da estatal no programa de privatizações.

O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, voltou a reforçar o que já havia afirmado em audiência ontem, 01/06, em Brasília, quando participou da Comissão Geral da Câmara dos Deputados Federais: “O governo Bolsonaro enfrentará a maior greve da história da categoria petroleira, caso insista em levar adiante o projeto de privatização da Petrobrás”. Ele lembrou que no final de dezembro, os petroleiros aprovaram estado de greve.

“A categoria sabe que se a privatização da Petrobrás for apresentada ao congresso nacional, todas as pessoas, sejam da ativa, e estou falando das áreas administrativas e operacionais, sejam aposentados e pensionistas, todas serão atingidas, sem falar na sociedade. Temos o exemplo da Bahia, a refinaria foi privatizada e ali devido ao monopólio regional privado nós temos hoje a gasolina ou diesel mais caro do Brasil”, afirmou o coordenador da FUP no ato no Edisen.

 

Nas bases da FUP, houve atos na Refinarias Isaac Sabbá (REMAN/AM), na Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (LUBNOR/CE), no Terminal da Transpetro em Suape (PE), na Refinaria de Mataripe (RLAM/BA), em Taquipe (BA), na UTGC de Linhares (ES), no aeroporto do Faro, na Bacia de Campos (RJ), na Refinaria Duque de Caxias (REDUC/RJ), na Refinaria Gabriel Passos (REGAP/MG), na Refinaria de Paulínia (REPLAN/SP), na Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP/RS) e no Terminal de Osório (TEDUT/RS).

 

 

Nas bases da FNP, os atos foram na sede da UO-AM (EDIMAN), na Unidade de Operações de Exploração de Sergipe e Alagoas (UO/SEAL), em  Carmópolis (SE), no Terminal Aquaviario da Baia da Guanabara (TABG/RJ), na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC/SP), na UTE (SP), UTGCA (SP), TEBAR (SP) e na Refinaria Henrique Lage (REVAP/SP).

Campanha reivindicatória

As pautas de reivindicações do Sistema Petrobrás protocoladas pela FUP e pela FNP nesta quinta-feira foram aprovadas pela categoria nos devidos fóruns deliberativos das entidades. No caso da FUP, a pauta foi construída e aprovada durante a 10ª Plenafup, realizada entre os dias 12 e 14 de maio. Já a pauta da FNP foi aprovada no Congresso Nacional da Federação, realizado entre os dias 28/04 e 01/05.

A Plenafup também aprovou a unidade nacional entre as duas federações nas mobilizações em defesa da Petrobrás e a construção de um Encontro Nacional Unificado de Mulheres Petroleiras da FUP e da FNP.

Conheça os 13 pontos principais da pauta de reivindicações protocolada pela FUP

A 10ª Plenafup aprovou a antecipação das negociações com a Petrobrás e subsidiárias e definiu que o reajuste salarial deve contemplar a reposição da inflação e a recomposição das perdas dos últimos anos. Na pauta apresentada à empresa, a FUP e seus sindicatos cobram também solução para as pendências das últimas campanhas reivindicatórias, que se arrastam desde 2019, como Teletrabalho, HETT, Banco de Horas, Fórum de Efetivos, Tabelas de Turno e AMS.

Outra deliberação que foi destaque na Plenafup é o fortalecimento da luta contra a exploração dos trabalhadores terceirizados, que são os que mais sofrem com a precarização e a desregulamentação do trabalho. Uma das reivindicações apresentadas à Petrobrás neste sentido foi a realização de um Fórum nacional para debater a terceirização.

Ainda nesta quinta-feira, 02, a FUP e a FNP reúnem-se na parte da tarde para discutir os próximos passos das lutas em defesa da Petrobrás e as possibilidade de avançar na campanha reivindicatória.

Principais reivindicações:

  1. Reposição da inflação e das perdas salariais dos últimos acordos
  2. Garantia no emprego
  3. Resolução dos pontos soltos do ACT (fórum de efetivos, teletrabalho, HETT, banco de horas, tabela de turno, AMS)
  4. Restabelecimento do Fundo Garantidor para proteção dos direitos dos trabalhadores terceirizados
  5. Realização de um Fórum Nacional para discutir a terceirização no Sistema Petrobrás
  6. Resgate da AMS (garantia da margem consignável de 13%, restabelecimento da relação de custeio 70×30, buscar uma alternativa para o atual índice de reajuste das tabelas)
  7. Valorização da função dos brigadistas e fortalecimento das brigadas
  8. Exames periódicos para prevenção das seqüelas decorrentes da Covid-19
  9. Garantia incondicional do Direito de Recusa
  10. Licença paternidade de 60 dias
  11. Proteção das trabalhadoras lactantes, com afastamento das áreas insalubres pelo tempo em que estiver amamentando
  12. Defesa da Petros
  13. Garantia da liberdade sindical

[Da imprensa da FUP]