A Federação Única dos Petroleiros (FUP) repudia de forma veemente os covardes ataques xenófobos de Adriano Bastos, que comanda a empresa British Petroleum no Brasil, contra a juíza federal Clara da Mota Santos Pimenta Alves e o povo baiano
[Da Comunicação da FUP]
A FUP recebeu com espanto a notícia dos ataques do Head of Country da British Petroleum no Brasil, Adriano Bastos, contra a juíza Clara da Mota Santos Pimenta Alves, que atua no Supremo Tribunal Federal (STF), como auxiliar do ministro Edson Fachin. A magistrada realizou denúncia na Polícia Federal após ser atacada por Bastos enquanto estava numa pizzaria de Cuiabá, capital do Mato Grosso.
Segundo a denúncia, Bastos atacou a Bahia como um Estado que “não produz nada”, e o responsabilizou pela vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Para o executivo, o presidente foi eleito por “assistidos” e “funcionários públicos” que “não trabalham” e “não fazem nada”. Para a FUP, Bastos destilou ódio, preconceito, misoginia e xenofobia nesse covarde ato.
ATAQUE INACEITÁVEL
Gerson Castellano, diretor do setor de Relações Internacionais e do Setor Privado da FUP, afirmou: “Abominamos totalmente o que foi dito, esse tipo de ataques precisam ser fortemente repudiados. O Brasil é o que é pela sua diversidade de culturas, de povos, de sotaques, temperos. A pluralidade faz a nossa cultura. A FUP não aceita de forma alguma um ato como esse”.
Para Castellano, este ataque é “contra todo o povo baiano e a todo o povo nordestino”: “Não dá para aceitar um ataque tão preconceituoso e burro contra a Bahia, terra de personalidades ilustres reconhecidas no mundo todo, e de um povo trabalhador e caloroso. Aliás, Bastos deveria saber que a Bahia tem um polo petroquímico que é referência internacional, e é o berço da Petrobrás e da exploração de petróleo no país”.
A FUP manifesta sua irrestrita solidariedade à magistrada e a suas filhas, bem como “aos nossos irmãos e irmãs nordestinos, especialmente aos baianos e baianas, que constroem com orgulho e força nossa federação”. A entidade reafirma que é necessária uma atitude enérgica da British Petroleum para que fatos como esse não se repitam, e se coíbam tais práticas no futuro.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), entidade representativa da magistratura federal brasileira, também repudiou os ataques de forma categórica: “A liberdade de expressão não deve jamais ser confundida com liberdade de agressão ou de se manifestar com intolerância ou de forma discriminatória, por simples discordância de pensamento. Ataques dessa natureza a magistrados e magistradas federais não serão admitidos”.
Para a Ajufe, o ocorrido “é violência política manifestada por meio de inaceitáveis atitudes preconceituosas, autoritárias, antidemocráticas e que propagam o ódio e a intolerância. Agressões misóginas e xenófobas contra qualquer cidadão, como a que foi sofrida pela Magistrada Federal, revelam completa falta de humanidade, respeito, empatia e civilidade por parte dos agressores e constituem crime que deve ser punido com todo o rigor da lei”.
A FUP acionou a Comissão de Ética e Conduta da British Petroleum, exigindo rigorosa apuração interna dos atos praticados por Adriano Bastos.