No momento em que os trabalhadores da Petrobrás pressionam por valores justos para a quitação da Participação nos Lucros e Resultados – PLR, referente ao exercício 2010, o Conselho de Administração da Companhia aprova, para os acionistas, a segunda parcela de distribuição antecipada de remuneração, sob a forma de juros sobre o capital próprio.

A decisão foi tomada em reunião realizada no último dia 22 de julho, e o valor bruto a ser distribuído é de R$0,20 por ação ordinária ou preferencial, equivalentes a R$2.609 milhões, que deverão ser desembolsados até 31 de outubro. O detalhe é que esse montante é quase o dobro do valor que foi provisionado para o pagamento da PLR/2010 (R$ 1.428 milhões), pelo próprio Conselho de Administração.

Para aqueles que verdadeiramente produzem os lucros da Petrobrás, a decisão soa como uma provocação. O Departamento de Coordenação e Controle das Estatais do Ministério do Planejamento – DEST – admite que o pagamento da PLR possa alcançar até 25% do valor que for destinado aos acionistas. No entanto, a proposta originalmente apresentada pela Companhia não alcança nem 13% do que já foi pago a eles no ano passado.

Além disso, a Petrobrás não se comprometeu com a extinção do vergonhoso bônus pago aos gerentes, consultores, coordenadores e supervisores e, mais recentemente, alterou de forma unilateral, regras relativas ao avanço de nível e promoção, na vã tentativa de cooptar os jovens petroleiros que se encontram nos níveis iniciais da carreira. É hora, portanto, de intensificarmos as mobilizações, em todos os setores, para garantirmos que as manifestações do próximo dia 27 de julho sejam vitoriosas.