A direção da Petrobrás volta a afrontar os trabalhadores e o povo brasileiro, ao anunciar a venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui.  Em fato relevante publicado no último dia 22, a empresa comunicou ao mercado que está em “negociação final” com a multinacional, cujo martelo será batido na próxima reunião do Conselho de Administração, prevista para o dia 30.

O grupo japonês que está prestes a abocanhar metade da maior distribuidora de gás natural do país é um dos sócios controladores da Vale, cujo presidente, Murilo Ferreira, é o mesmo que comandou até há pouco tempo o Conselho de Administração da Petrobrás. Sem maiores explicações, ele se licenciou do cargo às vésperas do CA concluir a venda da Gaspetro.

É muito estranho que a negociação com a Mitsui, empresa da qual Murilo Ferreira é subordinado, tenha sido efetuada durante o período em que ele ocupou o principal cargo na gestão da estatal. Não é de hoje que a FUP questiona a legitimidade do Conselho de Administração da Petrobrás. Apesar da União ser a controladora da empresa, o governo preferiu delegar para o mercado a gestão da estatal, no momento em que mais deveria ser fortalecida.

O resultado tem sido desastroso para a Petrobrás e para o país. A venda de ativos coloca em risco a soberania nacional e compromete o maior trunfo que a companhia tem para enfrentar a crise, que é justamente o fato de ser uma empresa integrada de energia. Os desinvestimentos causam demissões em massa e paralisam setores estratégicos para o desenvolvimento nacional.

Esse desmonte só será interrompido se os petroleiros fizerem avançar a Pauta pelo Brasil. O caminho para isso é intensificar as frentes de luta com os movimentos sociais e construir uma greve forte e coesa em todo o país. Nenhum ativo, nem nenhum direito a menos! Não estamos à venda!

Com a palavra, Murilo!

Ao se licenciar do CA da Petrobrás, Murilo Ferreira saiu atirando contra os trabalhadores. A revista Veja publicou declarações atribuídas a ele, onde taxa os petroleiros de privilegiados e alega que não poderia arriscar sua reputação continuando na empresa. Teria sido para desviar o foco de suas relações perigosas quando esteve à frente do CA? A FUP ingressou no último dia 17 com uma interpelação judicial contra o empresário, questionando-o sobre as declarações divulgadas por Veja. Ele tem prazo de 15 dias para responder à interpelação, tão logo receba a intimação judicial.

 

Fonte: FUP