A Petrobras realizou no dia 17 de maio a captação de US$ 6,75 bilhões, através da emissão de bônus no mercado internacional com vencimento entre 5 e 10 anos. De acordo com a empresa, os papéis renderão aos investidores entre 8,625% e 9%, ao preço de 99,02% e 98,37% do valor de face, respectivamente.

Além de confirmar a credibilidade e a capacidade da Petrobrás de arrecadar recursos no mercado financeiro internacional, a operação realizada vai ao encontro das propostas da FUP no Grupo de Trabalho Pauta pelo Brasil, onde os trabalhadores apresentaram alternativas para a companhia vencer a crise sem ter que se desfazer de ativos estratégicos.

Reduzir o endividamento de curto prazo é um dos caminhos propostos. “Há que se considerar a grande concentração de vencimentos em 2018 e 2019, cerca de 25% do total, período em que, na visão da FUP, os investimentos deverão estar se redefinindo, depois da superação da crise da cadeia de fornecedores”, ressaltam os petroleiros no relatório final do GT Pauta pelo Brasil.

A proposta apresentada à Petrobrás foi justamente “trocar dívidas de curto prazo por dívidas de longo prazo”, ainda que para isso seja necessário “pagar juros maiores no longo prazo”. “Quando superarmos o momento de queda do preço do barril de petróleo e houver o retorno do grau de investimento, será possível conseguir empréstimos com juros menores”, destacou a FUP no relatório final do GT.

No ano passado, a Petrobrás já havia dado o primeiro passo nesse sentido, ao alongar o prazo de pagamento da dívida com o Banco do Brasil, que, originalmente era em dólar e foi substituída por Real, outra proposta que havia sido feita pela FUP, através da Pauta pelo Brasil. Soma-se a isso, a busca por financiamentos estrangeiros, no âmbito do Brics, o que também vem sendo feito pela Petrobrás desde 2015, via empréstimos e outras relações financeiras estabelecidas com a China.     

Fica cada vez mais claro o oportunismo de José Serra, ao insistir que a Petrobrás não tem capacidade financeira para manter-se como operadora única do Pré-Sal. A falácia apregoada por ele, e reforçada pela mídia, de que a Petrobrás estaria quebrada é pura estratégia para facilitar a entrega dos bilhões de barris Pré-Sal às multinacionais.

Conquista da greve

O GT Pauta pelo Brasil foi concluído no dia 21 de março, após uma série de debates entre representantes da FUP e da Petrobrás, que só foram possíveis em função da greve de novembro de 2015, onde os trabalhadores deixaram claro que não aceitariam o desmonte da empresa.

O relatório do GT Pauta pelo Brasil, que pode ser acessado aqui, traçou um diagnóstico das principais causas e efeitos da crise que a Petrobrás atravessa, elencando propostas para recuperação da empresa e financiamento dos projetos que são estruturais para o país.

O documento foi apresentado ao Conselho de Administração da Petrobrás, na última reunião realizada em abril pelo ex-conselheiro eleito, Deyvid Bacelar, e apresentado ao governo Dilma e aos parlamentares. As propostas para recuperação da empresa também foram encaminhadas aos sindicatos para ampla divulgação e debate com a categoria e os setores organizados da sociedade que marcham ao lado dos petroleiros em defesa da Petrobrás, do Pré-Sal e da soberania nacional.

Fonte: FUP com títulos da Comunicação do SINDIPETRO-RN