Com a aprovação de moções de repúdio ao desgoverno do golpista Michel Temer e as políticas de preços praticadas por Pedro Parente na gestçao da Petrobrás, o 33º Congresso Estadual dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte se encerra com o espírito de luta renovado para organizar uma greve de 72h convocada pela FUP. A partir da 0h do da próxima quarta-feira, 30, os petroleiros de todo o Brasil vão parar atividades em todas as bases do Estado e do país.
Durante o CEPETRO-RN deste ano, foi acatada pela categoria uma nota do SINDIPETRO-RN intitulada “Aos trabalhadores caminhoneiros e ao povo norte-rio-grandense!” (clique no link para abrir), que trata da política de preços implantada desde de outubro de 2016, pela gestão de Parente, e que mantém reajustes atrelados às cotações internacionais do barril de petróleo e do dólar.
A complexa conjuntura política nacional e internacional, a situação do setor petróleo e os desafios do movimento sindical petroleiro, foram temas debatidos pelos petroleiros e petroleiras com dois palestrantes: o diretor técnico do INEEP, Rodrigo Pimentel Ferreira Leão, que pontuou e analisou os “Princípios e percepções na estratégia Petrobrás”, e o economista do IBGE, José Aldemir Freire, que levantou “A importância da indústria do petróleo na economia do RN”.
Em sua fala, o diretor técnico do INEEP chamou atenção para alguns princípios da nova estratégias adotadas pela Petrobrás. A Defesa da entrada de concorrentes no mercado interno, que Parente alega “acreditamos que não é bom para a empresas nem para o país concentrar 100% do refino na mão de uma única empresa”; Ausência de competência para certos segmentos, que, segundo Rodrigo, não somos os melhores operadores deste tipo de produto: “O Etanol, por exemplo, é um produto basicamente agrícola e certamente não é a nossa especialidade”; e a Redução abrupta da dívida líquida da Petrobrás, que visa diminuir a relação dívida-Ebitda de 3,3 para 2,5 em 2018. E isso trará novos e inéditos impactos para a Companhia.
Outro ponto fundamental da exposição feita pelo diretor do INEEP, foi a estratégia do E&P para os campos maduros. Onde ele denuncia a redução dos investimentos nos campos terrestres, a eliminação do efeito propulsor, a expectativa de ocupação pelo setor privado e ausência de competência para alguns segmentos. Em suas palavras, “isso trará diminuição nos investimentos em exploração e na recuperação dos campos maduros. Ainda teremos a eliminação do efeito propulsor, pois a ação da Petrobras é central, porque ela arrasta a participação das demais empresas, principalmente as de menor porte e o crescimento da produção das operadoras privadas é insuficiente para substituir a atuação da Petrobras”, proferiu Rodrigo Pimentel.
No que diz respeito a produção de petróleo e gás no RN, segundo Aldemir Freire, seguimos em queda. “No 1o trimestre de 2018 a produção de petróleo do Estado caiu 17% em relação ao mesmo trimestre de 2017. A produção de gás natural caiu 16,9%, e o volume de refino caiu 9,8%. Queda da produção de petróleo e gás fez o PIB da indústria extrativa encolher, com impacto negativo no crescimento do PIB total do Rio Grande do Norte”, afirmou o economista.
Na parte deliberativa, o Congresso definiu as linhas gerais das pautas de reivindicações visando à celebração de Acordos Coletivos de Trabalho, e elegendo os delegados e delegadas representantes do RN para a 7ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros – 7ª Plenafup.
Novo mandato
Já à noite, após o evento do congresso, foi empossada a nova Diretoria do Sindicato, eleita em março de 2018. Alguns representantes da Juventude, da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Mossoró, de partidos políticos, como a pré-candidata ao Governo do Estado, Fátima Bezerra, e membros aposentados da categoria fizeram saudações ao grupo que integrará o novo triênio à frente do SINDIPETRO-RN.
Ambos eventos foram realizados no Hotel Villa Oeste, em Mossoró, ao longo do dia 26 de maio.