Não bastassem os péssimos resultados financeiros obtidos pela atual direção da Petros, na administração dos PPSPs- Planos Petros do Sistema Petrobrás, do PP2 – Plano Petros 2 e do PP3 – Plano Petros 3, o pagamento de um novo equacionamento no PPSP dos Repactuados, o PED-2021, a partir de abril deste ano, o provável novo déficit no PPSP dos Não Repactuados, que poderá levar a um novo equacionamento, a partir de abril de 2024 e a provável redução no valor dos benefícios pagos pelo PP3, a partir de junho de 2023, os participantes e assistidos desses planos são surpreendidos com a possibilidade de pagamento de um absurdo superbonus para os membros dessa mesma direção.
Caso o Conselho Deliberativo – CD da Petros aprove, na sua reunião extraordinária, prevista para o próximo dia 24/03, sexta, o pagamento desses superbonus, os atuais diretores receberão vultosos R$ 9,5 milhões, enquanto mais de 70 mil participantes e assistidos da Petros amargam o pagamento de contribuições extras, de forma vitalícia, um verdadeiro escárnio, com esses companheiros e companheiras, que dedicaram e dedicam sua vida laboral para construir a maior empresa do país, a Petrobrás e suas subsidiárias.
Além desses péssimos resultados financeiros, o atendimento telefônico da nossa Fundação é precário, não resolve os problemas mais simples, o atendimento presencial não existe, a concessão de benefícios demora excessivamente e não há transparência nos atos da sua direção e do seu Conselho.
Soma-se ao pagamento dos superbonus, os aumentos aprovados pelo Conselho a esses diretores, nos últimos anos, em percentuais muito superiores à inflação do período, enquanto aposentados e pensionistas não conseguem sequer pagar as suas contas do mês.
A falta de transparência da atual gestão da Petros é evidente. A possibilidade desse pagamento somente chegou ao conhecimento dos seus participantes e assistidos, através da grande imprensa, numa matéria publicada pela CNN Brasil.
Somente depois dessa divulgação a direção da nossa fundação veio a público para confirmar a possibilidade desse pagamento. A nota divulgada pela direção da Petros não desmentiu os vultosos valores publicados, na matéria da CNN e se limitou, apenas, a tentar justificar a regularidade e legalidade desse absurdo pagamento.
Resta agora aguardar o bom senso dos membros do Conselho Deliberativo, eleitos e indicados para barrar esse milionário pagamento.
A situação é tão absurda que para essa aprovação, foi convocada uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, no dia 24/03, sexta, quando, na semana seguinte, dia 29/03, quarta, está prevista uma reunião ordinária do Conselho Deliberativo.
Diante da importância dessa votação esperamos que os Conselheiros titulares, principalmente os indicados pela direção da Petrobrás, que tem o voto de desempate, não fujam das suas responsabilidades e estejam presentes nessa importante reunião.
Nesse sentido, estaremos acompanhando atentamente a votação dessa matéria. Esperamos que os Conselheiros presentes tenham compromisso com os participantes e assistidos da Petros e votem contra esses milionários superbonus.
Nesse episódio, a célebre frase do imperador romano Júlio César, continua atual: “A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”, ou seja, quando a imagem e o discurso não combinam, a desconfiança se faz presente.
A possibilidade de judicialização pelos atuais diretores da Petros, inclusive contra os próprios Conselheiros, não pode ser justificativa para a aprovação desses superbonus, pois, nesse caso, o estatuto da Petros garante o pagamento de advogados pela Fundação.
Além disso, o órgão de fiscalização da Petros, a Previc, está acompanhando a votação dessa matéria e dependendo da decisão dos Conselheiros poderá abrir um processo sancionador, usado para aplicar penalidades, quando há irregularidades na atuação dos Conselheiros e outros dirigentes.
Entretanto, o mais importante é a responsabilidade e o compromisso desses Conselheiros com o verdadeiro dono do patrimônio da Petros: seus participantes e assistidos.
Qual a imagem que esses Conselheiros terão perante mais de 70 mil participantes e assistidos, principalmente os aposentados e pensionistas, que estão com imensa dificuldade nas suas vidas e das suas famílias, levando, inclusive ao suicídio, quando, ao mesmo tempo, aprovam, autorizam e concordam com o pagamento de milionários superbonus.
O pagamento do superbonus pode seguir um regramento pré-estabelecido e, portanto, regularmente aprovado pelo Conselho Deliberativo.
Porém, mesmo assim, por respeito e principalmente moralidade, diante dos péssimos resultados obtidos pela diretoria da Petros, na administração dos PPSPs, do PP2 e do PP3, é necessário que os Conselheiros não aprovem esses absurdos superbonus.
Estamos de olho.