A Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN reuniu-se na manhã desta segunda-feira, 23, em Natal, para fazer um balanço preliminar da recém concluída campanha reivindicatória dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás. Iniciada em julho, a mobilização culminou com a realização de uma greve de 13 dias de duração, no mês de novembro, e foi considerado vitoriosa nas avaliações de todos os participantes.

Além de forçar a companhia a recompor a mesa única de negociação, com representação das subsidiárias, os trabalhadores garantiram para todo o Sistema Petrobrás a reposição da inflação acumulada no período e a manutenção de todos os direitos econômicos e sociais adquiridos nos últimos anos. E, isto, numa conjuntura mundial de crise, em que as principais empresas do ramo petrolífero estão demitindo massivamente.

Para os diretores do SINDIPETRO-RN, porém, a maior conquista da campanha reivindicatória dos trabalhadores da Petrobrás não teve caráter corporativo. O reconhecimento da Direção da companhia à “Pauta pelo Brasil” e a abertura de canais para discussão de seu conteúdo é que devem ser considerados como os principais avanços. A “Pauta pelo Brasil” é composta de 14 pontos, com várias reivindicações relacionadas à gestão.

As propostas para garantir a retomada dos investimentos e a preservação dos ativos da Petrobrás serão analisadas em um grupo de trabalho técnico e paritário, formado por representantes da empresa e da Federação Única dos Petroleiros – FUP, que terá 60 dias para elaborar um relatório a ser encaminhado à Direção da companhia e ao Governo Federal. O trabalho terá por base estudos que analisaram os principais impactos já causados na economia pela retração do setor petróleo.

O reconhecimento da “Pauta pelo Brasil” representa um feito inédito. Pela primeira vez, os trabalhadores terão a chance de disputar os rumos do Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás, articulando e propondo alternativas para o endividamento da empresa que levem em conta os impactos da redução dos investimentos no PIB, na geração de empregos, na balança comercial do setor e na arrecadação de royalties.

A intervenção, inclusive, também deverá ser decisiva na luta para manter a integridade do Sistema Petrobrás, além de tornar mais clara a compreensão do papel desempenhado pela companhia enquanto instrumento de combate às desigualdades regionais e de fomento ao desenvolvimento de cadeias produtivas locais, especialmente, nas áreas que concentram os chamados “campos maduros”.