O terceiro dia da IX Plenafup foi aberto por uma mesa temática estruturante para a categoria petroleira: a luta contra as privatizações. O debate terá continuidade na parte da tarde, com o painel “Energia para reconstruir o Brasil e a proposta dos petroleiros e petroleiras”
[Por André Quintão e Joana Tavares, da imprensa do Sindipetro MG | Edição da FUP]
A importância de divulgar para toda a população o papel das empresas estatais para o país foi um assunto frequente na mesa “A luta contra as privatizações”, realizada na IX Plenária da FUP neste sábado (14). Com presença de mais de 130 petroleiros e petroleiras, a atividade contou com a mediação de Mário Dal Zot, presidente da Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) e diretor da FUP. A temática terá continuidade na parte da tarde, com o painel “Energia para reconstruir o Brasil e a proposta dos petroleiros e petroleiras”, que começa às 14h30, com participação do ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli.
As saudações iniciais à quarta mesa da IX Plenafup – feitas por Soniamara Maranho, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Selene Michielin, da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e Nailor Guimarães Gato, da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) – já deram o tom da importância da mobilização conjunta em defesa da soberania e contra a retirada de direitos.
O primeiro a falar foi o senador Jean Paul Prates (PT/RN), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras e Líder da Minoria no Senado. “Setores estratégicos não são apenas educação, saúde e segurança. Isso todo liberal também defende. Todo liberal fala ´vamos vender tudo pra investir em saúde e educação´. Como se fosse só isso, o que não é pouca coisa, mas como se fosse só isso estratégico para o país. Não é verdade!”, afirmou.
O senador lembrou que em países em desenvolvimento com o Brasil, é preciso também priorizar os recursos naturais e o meio ambiente, além da infraestrutura. Ele destacou a importância de buscar todos os parlamentares, mesmo aqueles ditos liberais, para apresentar os argumentos e tentar impedir a venda do patrimônio, quanto mais sem regulação. “Uma coisa é admitir investimento em refino no Brasil. Outra coisa é vender as nossas refinarias arrumadas, bonitinhas, eficientes, tocadas pela Petrobrás em complementaridade com as outras com conjunto de engrenagens perfeitamente configurado para abastecer todas as pontas do mercado brasileiro. É muito diferente”, explicou.
Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, observou como as diversas lutas são parecidas, é uma luta em defesa do Brasil. “Não é a Caixa Federal, Petrobrás, Eletrobrás que estão em risco. Na realidade o que está em risco é conceito daquilo que é público, o conceito do que é o Estado. É preciso disputar com a sociedade as narrativas.”
Ela lembrou o processo de resistência da década de 1990, que culminou, na sua avaliação, na mudança de rumos que o Brasil passou em 2003. “Depois do golpe [de 2016], retoma-se aquele mesmo modelo e agora em uma situação pior por conta do grau de crise institucional”, diz. “A crise que vivemos traz também um processo de reflexão que precisamos compartilhar com a sociedade brasileira. Precisamos mostrar que sem o mínimo de arcabouço público que nós conseguimos manter a situação que vivemos hoje seria muito pior do que está colocado nesse momento”, sugeriu.
José Aparecido Gandara, presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (FINDECT), contu que entrou nos Correios no fim dos anos 70 e é sindicalista desde os anos 80. O que mais o incomoda no processo atual é o grau de mentiras que o governo conta sobre a importante estatal brasileira.
Fabíola discorreu sobre os aumentos das tarifas – como o preço da luz, da gasolina – e como é importante dialogar com a população e com a base das estatais o modelo que está por trás disso. No debate, foi muito enfatizada a importância das eleições do ano que vem, tanto para o Executivo como os outros cargos, além da necessidade de luta e pressão social para impedir a venda do patrimônio público.
No domingo (15), o debate em torno da resistência ás privatizações será aprofundado pelos petroleiros e petroleiras durante os grupos de trabalho, especialmente o GT 3, que tem como temática central a “Retomada de uma Petrobrás integrada, pública e a serviço do povo: a luta contra as privatizações”.