Em reunião realizada no último sábado, 17, a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN aprovou uma nota dirigida à categoria petroleira norte-rio-grandense em que faz uma indagação a cada trabalhador e trabalhadora. Na batalha em defesa da Petrobrás e do Brasil, de que lado você está? – questiona o documento.
A nota denuncia o assédio a gerentes, assistentes, coordenadores, supervisores e consultores, que estão sendo orientados pela Direção da Petrobrás a participar das assembleias promovidas pelos sindicatos, com o propósito de intimidar trabalhadores, levando-os a acatar a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho rebaixada, apresentada pela empresa.
No entendimento da Diretoria do SINDIPETRO-RN, “a defesa dos empregos e de condições justas de trabalho e salários, sintetizada na luta por um ACT digno, está cada vez mais associada à manutenção da Petrobrás enquanto instrumento estratégico de fomento ao desenvolvimento econômico soberano do país”.
Por isso – conclui o documento, “a batalha de renovação do ACT, em que nos encontramos, não permite vacilação. Ou marchamos unidos, rechaçando pressões, assédio e chantagens, ou a história nos cobrará pela covardia e omissão diante dos vende-pátria”.
Veja o texto da Nota, a seguir, na íntegra.
Bastaram duas rodadas de assembleias de trabalhadores, com decisões democráticas, que rejeitaram maciçamente as propostas apresentadas pela empresa, para que a atual direção da Petrobrás perdesse as estribeiras.
Em atitude tresloucada, os capatazes do sinhozinho Bolsonaro passaram a assediar abertamente àqueles a quem – por certo – considera seus vassalos: gerências de todos os níveis, assistentes, coordenadores, supervisores e consultores.
Agora, depois de duas derrotas acachapantes, vale tudo para que a terceira e última contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho – ACT – apresentada pela empresa seja “aceita” pela categoria. Inclusive a chantagem.
Aliás, só mesmo com muita pressão, intimidações e ameaças, uma proposta tão rebaixada de Acordo Coletivo, como a que foi apresentada pela Petrobrás, teria chances de passar pelas assembleias de trabalhadores.
Afinal, entre outros retrocessos, o ACT impõe perdas salariais; restringe a concessão de PLR; retira o plano de saúde para quem se aposentar; acaba com o adiantamento do 13º, e com a adesão ao Programa Jovem Universitário.
Além disso, a contraproposta ainda diminui o percentual de horas extras; extingue o auxílio deslocamento para o pessoal do Offshore e o intramuros para o pessoal do Administrativo; põe fim à homologação de contrato de trabalho no Sindicato, e reduz a validade do ACT.
Destruição
Revelando uma mentalidade tacanha, típica de quem considera a Petrobrás uma empresa qualquer, seus atuais dirigentes, fiéis lacaios do capital estrangeiro, chefiados por Roberto Castello Branco, já afirmaram, em diversas ocasiões, que vão desmantelar a Companhia.
E é o que vai acontecendo com a entrega de campos de petróleo; o anúncio de venda de quatro refinarias, de um total de oito; a venda das malhas de dutos (NTS e TAG); da BR Distribuidora; da Liquigás; a hibernação das FAFENs; e a intenção de venda da Transpetro.
Vale lembrar que refino e logística, incluindo, distribuição, somam 61% da fonte de receitas da Petrobrás. Ou seja, Bolsonaro, Paulo Guedes e Castello Branco querem deixar a Petrobrás operando com menos de 40% de sua fonte de receitas obtidas através do E&P.
Abandonando o conceito de empresa de energia integrada, a ideia é transformar a Petrobrás em mera produtora e exportadora de óleo cru, com atividades restritas aos estados do RJ, SP e ES. Alguém tem ideia do custo social que isso acarretará com milhares de desempregados?
De que lado você está?
Nas condições atuais, por tudo o que temos assistido, a defesa dos empregos e de condições justas de trabalho e salários, sintetizada na luta por um ACT digno, está cada vez mais associada à manutenção da Petrobrás enquanto instrumento estratégico de fomento ao desenvolvimento econômico soberano do país.
Por isso, a batalha de renovação do ACT, em que nos encontramos, não permite vacilação. Ou marchamos unidos, rechaçando pressões, assédio e chantagens, ou a história nos cobrará pela covardia e omissão diante dos vende-pátria.
Do gerente ao auxiliar administrativo; do escritório à plataforma, passando pelos laboratórios e pelo campo, é hora de nos unirmos. É tempo de fazermos opção pelo Brasil e pela Petrobrás, custe o que custar!
Natal (RN), 17 de agosto de 2019
Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN