Na última quinta-feira (28), a direção da FUP realizou a primeira reunião com o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine. Os petroleiros criticaram a atual política de desinvestimentos da empresa, ressaltando que agora, mais do que nunca, é o momento de fortalecer a companhia para enfrentar os desafios da atual conjuntura política e econômica.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel, frisou que a preocupação com o futuro da Petrobrás não é somente dos petroleiros, mas de todos os brasileiros. Ele pontuou a história de resistência da categoria contra a privatização da estatal e a luta atual para que continue sendo a indutora do desenvolvimento econômico e social do país.
Aldemir Bendine falou sobre a situação financeira da Petrobrás e disse que a queda do valor do barril de petróleo tem afetado a capacidade de alavancar os lucros. Ele destacou que o fluxo de caixa da empresa poderá ficar negativo, caso não haja a valorização do ativos, com a abertura da participação de outros investidores no pré-sal. “A empresa acumula uma dívida de cerca de 400 bilhões de reais, muito próximo do limite de alavancagem e qualquer sugestão de desinvestimentos será benvinda”, afirmou o executivo, aumentando ainda mais a preocupação dos petroleiros com a volta da política de privatização da Petrobrás.
Bendine anunciou ainda que a empresa terá um foco expressivo na área de E&P, mas que vai explorar o seu “valor oculto”, como denomina as áreas de negócios não ligadas diretamente à produção. Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico, uma das propostas do presidente da Petrobrás seria transformar a BR Distribuidora numa holding de empresas privadas.
A diretoria da FUP se posicionou categoricamente contra a venda de ativos no Brasil e solicitou que o Plano de Negócios da empresa, que está sendo formulado neste momento, seja debatido com os representantes dos trabalhadores, antes de qualquer implementação. “É necessário adotar uma política de maior transparência e participação daqueles que podem tornar realidade as expectativas planejadas”, reiterou o coordenador da FUP.
Direito à vida e repúdio à terceirização da AMS
Na reunião com o presidente da Petrobrás, a FUP cobrou mudanças na gestão do SMS e a correção imediata do relatório da Comissão que culpou os trabalhadores pelos erros da BW no acidente com a FPSO Cidade de São Mateus (ES). Os dirigentes sindicais cobraram uma reunião específica para que a FUP e seus sindicatos apresentem à nova diretoria da Petrobrás as propostas dos trabalhadores para a construção de uma nova política de SMS que de fato avance nas questões de segurança.
A FUP também criticou o contrato que terceiriza a gestão da AMS e coloca em risco a assistência médica dos petroleiros. As representações sindicais exigiram a suspensão imediata deste processo e cobraram que Bendine indique um representante para acompanhar de perto o que está acontecendo na AMS, bem como no Benefício Farmácia.
Outros pontos cobrados pela FUP foram a reposição imediata dos postos de trabalho afetados pelo PIDV e abertura do Programa Petrobrás de Combate a Corrupção para sugestão dos trabalhadores.