Federações de petroleiros, centrais sindicais e movimentos sociais realizam grande manifestação popular dia 03, no Rio de Janeiro, com passeata e ato político em frente ao Edise
[Da imprensa da FUP]
O dia 03 de outubro, data de criação da Petrobrás, tornou-se um marco na luta em defesa da soberania nacional, desde os tempos da campanha “O petróleo é nosso”. A data passou a integrar também o calendário das centrais sindicais e dos movimentos sociais, que, ao longo das últimas décadas, sempre somaram força com a categoria petroleira para barrar as inúmeras tentativas de destruição da empresa.
A Petrobrás sempre foi alvo de cobiça e de ataques, mas foi no governo Bolsonaro que a empresa passou pelo maior desmonte de sua história. Fatiada e vendida aos pedaços, ela só não foi totalmente privatizada por conta da resistência da classe trabalhadora e dos movimentos sociais.
Bolsonaro e seus agentes fizeram de tudo para acabar com a maior e mais estratégica empresa nacional. Somente no seu governo, foram vendidos 68 ativos do Sistema Petrobrás, incluindo 4 refinarias (Rlam/BA, Reman/AM, RPCC/RN e SIX/PR), a BR Distribuidora, a Liquigás, a Gaspetro, a Transportadora Associada de Gás (TAG), a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), usinas de biocombustível, usinas eólicas, termelétricas, plantas petroquímicas, sondas de perfuração, campos de petróleo em terra e em mar, inclusive no Pré-Sal.
Uma tragédia anunciada, que teve início com a operação Lava Jato, que destruiu a indústria nacional, dizimando setores estratégicos da economia, como a engenharia, a indústria naval e a construção civil. Estudo do Dieese aponta que o Brasil perdeu R$ 172,2 bilhões em investimentos e 4,4 milhões de empregos em consequência das ilegalidades cometidas pela operação, cujo objetivo foi essencialmente político, como ficou provado pela própria justiça brasileira.
No rastro da Lava Jato, veio o golpe de 2016, o desmonte da Lei de Partilha do Pré-Sal, a prisão política da maior liderança popular do campo democrático e a eleição de um governo fascista, ancorado em uma agenda ultraliberal, que desmontou o Estado brasileiro, desestruturou políticas públicas e destruiu as principais conquistas sociais da população, fazendo o país regredir décadas.
Para além do Sistema Petrobrás
Além de fatiar o Sistema Petrobrás, o governo Bolsonaro privatizou a Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa) e inúmeras subsidiárias da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, do BNDES, dos Correios e de outras empresas públicas.
Segundo a Secretaria de Coordenação das Empresas Estatais (Sest), em 2016, o governo brasileiro controlava 154 estatais. Atualmente, o país tem 124 empresas controladas pela União, sendo 44 com controle direto e 80 com controle indireto, conforme divulgado pelo Panorama das Estatais. Ou seja, pelo menos 30 empresas federais foram privatizadas nos últimos seis anos.
Apesar de todos os ataques e tentativas de criminalização que sofreram, as organizações sindicais e sociais resistiram e impediram a entrega por completo da Petrobrás e de outras estatais estratégicas que estavam na lista para serem privatizadas, como a Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), os Correios, a Casa da Moeda, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), entre outras.
Após ser eleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, retirou a Petrobrás e todas essas estatais do Programa Nacional de Desestatização. Além disso, o seu governo também está questionando no Supremo Tribunal Federal (STF) a venda da Eletrobrás, que teve 60% de suas ações entregues ao setor privado, ao apagar das luzes da gestão bolsonarista.
Reconstruir o Estado brasileiro
Neste ano de 2023, quando a Petrobrás completa sete décadas de existência, é o momento, portanto, de renovar a esperança de um país inteiro que anseia pela reconstrução do Estado brasileiro e pelo resgate da soberania nacional.
O dia 03 de outubro, no entanto, é muito mais do que uma data de comemoração. É um dia nacional de luta pela reversão das privatizações e para reafirmar a defesa das estatais, do serviço público e de um projeto de desenvolvimento nacional, social e ambiental com participação popular. É dia de resistência. É dia de reafirmar a importância de lutarmos pela soberania nacional.
É com esse propósito que a FUP e a FNP realizam no dia 03 de outubro um grande ato nacional no Rio de Janeiro, junto com as centrais sindicais, as entidades que integram a Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia, a Frente Brasil Popular, a Articulação de Redes, os Comitês Populares e mais de 30 outras organizações sociais, entidades de classe e partidos políticos do campo da esquerda.
Petroleiros e petroleiras de vários estados do país estarão na capital fluminense, lado a lado com eletricitários, educadores, servidores públicos, metalúrgicos, bancários, agricultores, estudantes, lideranças políticas e sociais das mais diversas representações, unindo trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade em uma manifestação histórica pela reconstrução de um Brasil soberano, democrático e com justiça social e ambiental.
Venha junto nessa luta pela reconstrução do Sistema Petrobrás e pelo resgate da soberania nacional. Sua participação é fundamental.
Petroleiros e petroleiras, luta e resistência!
Ato nacional de luta pela soberania
Data: 03 de outubro
Local: Rio de Janeiro
15h: Concentração em frente à sede da Eletrobrás, na Av. Presidente Vargas, 409
16h: Início da passeata, em sentido à Praça da Candelária
17h: Ato político em frente à sede da Petrobrás