Resistir à forte ofensiva privatista do governo Bolsonaro, que está colocando à venda o patrimônio público brasileiro a preço de banana, não é tarefa fácil. A reunião do Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que aconteceu nesta terça-feira, 30 de novembro, teve como principal objetivo apontar os desafios e próximos passos da organização sindical nesse sentido.

Coordenadores/ presidentes dos 13 sindipetros filiados à FUP sinalizaram em suas falas ter identificado alguns aspectos comuns no discurso da base petroleira. A categoria clama por “Fora Bolsonaro” e mostra preocupação real com a ameaça iminente do governo federal apresentar no Congresso Nacional o projeto de lei para privatizar a Petrobrás.

Essa constatação impõe a realização de algumas tarefas importantes, deliberadas pela FUP para o futuro imediato. Por um lado, a reunião aprovou um calendário de assembleias para aprovação de Estado de Greve Nacional, preparando a categoria para um movimento paredista caso o Governo Federal tente avançar com a privatização total da Petrobrás. Ditas assembleias serão realizadas até o dia 19 de dezembro.

A FUP propõe ainda ampliar a atuação da Brigada Petroleira em Brasília, Estados e Municípios. A Brigada tem como objetivo apresentar o conjunto de propostas da categoria, dialogando e articulando com diversos atores sociais e políticos para avançar na construção de um Brasil soberano. No momento, uma das principais reivindicações da brigada em Brasília é que o Supremo Tribunal Federal julgue as ações de inconstitucionalidade das privatizações que foram feitas sem o aval do Poder Legislativo. Essa inconstitucionalidade foi denunciada pelo coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, em Audiência Pública realizada na segunda-feira (29) na Câmara dos Deputados.

O Conselho Deliberativo aprovou também a realização de um grande Ato Nacional contra a Privatização do Sistema Petrobrás, contra a Privatização da RLAM/TEMADRE, os terminais terrestres e ativos da Petrobras em toda a Bahia. O ato ocorrerá na próxima sexta-feira (3/12) após o anúncio do fechamento da lesiva venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) na Bahia, realizado nesta terça-feira (30). A refinaria, segunda maior do país, foi vendida ao fundo de investimento árabe Mubadala por US$ 1,65 bilhão, a metade do preço que a própria Petrobrás havia definido como referência.

Dentro do calendário de assembleias, outro dos pontos a serem tratados é a aprovação de uma Contribuição Assistencial para a FUP e Sindicatos em 2022, a fim de financiar a luta contra as privatizações e a difícil negociação coletiva do próximo ano.

Bacelar convoca à totalidade da categoria para o debate: “Motivamos a todos nossos companheiros e companheiras a participar ativamente dessas importantes assembleias. Nossa participação é fundamental para fechar o ano com assembleias massivas, onde juntos iremos decidir os próximos rumos da luta contra as privatizações, em defesa dos nossos direitos”.

[Da Comunicação da FUP]