A indústria do petróleo do Rio de Janeiro, a maior do país, teve redução de 2,6% nos postos de trabalho no ano passado, com relação a 2016, mostrando a persistência da crise do setor. No entanto, o percentual de perdas é menor do que os observados nos anos anteriores: queda de 8,3% em 2016 e de 4,1% em 2015. A trajetória de baixa vem desde 2014.

As informações são do 3º Anuário da Indústria do Petróleo no Rio de Janeiro, lançado nesta quinta-feira (5) pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O documento reúne dados do setor no estado e aponta desafios para o próximo período. Apesar do resultado ainda negativo, o clima foi de otimismo no lançamento, que reuniu gestores públicos e representantes do setor.

Plataforma de petróleo

“Em 2018 começamos a ver os primeiros sinais dos resultados dos avanços realizados em 2016 e 2017. Tivemos um aperfeiçoamento de regulações para tornar o ambiente mais claro”, disse Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan. Ela também destacou a importância da retomada das rodadas de licitação.

De acordo com o documento, 82,2 mil empregados atuaram no encadeamento produtivo do petróleo no Rio de Janeiro ao longo do ano passado. A venda de derivados do Petróleo do Rio de Janeiro totalizou R$ 7,53 milhões no ano passado. Trata-se de uma redução de 6,5% em relação a 2016.

Em sentido contrário à redução de empregos e de vendas, o setor experimentou crescimento considerável do investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Em 2016, o estado registrou R$ 33,6 milhões destinados para esse fim. Em 2017, o montante alcançou R$88,7 milhões.

O documento também aponta desafios ao setor, entre eles, o de se adaptar a transformações em um contexto onde cresce a economia de baixo carbono. Além disso, o estudo aponta a necessidade de discussão do chamado descomissionamento, isto é, o final do ciclo de vida de um poço produtor de petróleo, quando ele precisa ser devolvido em suas condições originais e livre de danos ambientais.

Esta é uma demanda que irá crescer nas próximas décadas e, segundo o anuário, ainda há pouco planejamento da indústria nessa direção.

Atração de empresas

Durante o evento, também foram organizadas três mesas de debates. Em uma delas, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, defendeu a atração de mais empresas para atuar no país e preencher o potencial de investimentos do setor, conforme estudo da agência que levou em conta o potencial da indústria brasileira de petróleo e gás, biocombustíveis, fertilizantes e petroquímicos para os próximos 10 anos.

“O dado foi impressionante. São R$ 2,5 trilhões que temos potencial para a atrair nesse período. Pra fazer isso, vamos precisar diversificar os atores. Seria um investimento de 250 bilhões por ano ao longo de 10 anos. Isso não cabe no balanço de uma única empresa. Precisamos de muitas delas produzindo e gerando emprego no Brasil”, afirmou.

Brasil 247