No Rio Grande do Norte, conforme aprovado amplamente pela categoria, a greve em defesa da Petrobrás, contra a privatização de campos petrolíferos e de outros ativos, teve início nesta segunda-feira, 1º de agosto. O estopim do movimento está sendo o campo de Canto do Amaro, um dos maiores do país, situado na região oeste do Estado. Nessa área, petroleiros e petroleiras cruzaram os braços a partir da zero hora. Nas demais bases, a orientação do Sindicato de suspensão da emissão de Permissões de Trabalho vem sendo acatada pelos trabalhadores.
O movimento grevista repudia a decisão da Petrobrás de vender 104 concessões de exploração e produção de petróleo e gás, em diversos estados do país. No RN, a companhia está colocando à venda 38 concessões, sendo 34 no Polo Riacho da Forquilha e quatro no Polo Macau. Juntas, segundo estimou o coordenador geral do SINDIPETRO-RN, José Araújo, elas geram uma riqueza avaliada em 230 milhões de dólares por ano, promovendo o desenvolvimento de municípios e estados, por meio da geração de empregos, pagamento de royalties e ISS.
Para o secretário geral do SINDIPETRO-RN, Pedro Lúcio, a greve atual tem características diferentes das anteriores. “No momento, nosso objetivo é aglutinar forças, unindo a categoria em atos e manifestações capazes de sensibilizar a sociedade civil e a chamada classe política”.
Por isso, informa Pedro Lúcio, “além das paralisações nas bases operacionais e administrativas, estamos cumprindo uma agenda de audiências públicas nas câmaras municipais e prefeituras, reforçando a importância da atuação da Petrobrás para o desenvolvimento social e econômico do Rio Grande do Norte e dos demais estados afetados”.
No rumo apontado pelo secretário geral, a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN emitiu um comunicado à categoria conclamando os petroleiros e petroleiras norte-rio-grandenses a fortalecerem o movimento, prestigiando a programação definida em cada base. De acordo com os debates realizados nos seminários de Qualificação de Greve, a estratégia desenhada para essa paralisação visa, principalmente, denunciar as ameaças de privatização da Petrobrás e angariar apoio da sociedade para uma luta de resistência mais ampla, que exigirá unidade e firmeza dos trabalhadores e do povo.