A péssima repercussão gerada pelo governo Bolsonaro ao indicar para o Conselho de Administração da Petrobrás o ex-diretor da ANP, John Forman, obrigou o geólogo a recuar e a desistir do cargo. Ele foi condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por uso de informações privilegiadas de uma empresa de petróleo da qual foi conselheiro. A Petrobrás oficializou nesta quarta-feira, 16, a desistência do indicado.
“Forman agradeceu o convite para participar do Conselho de Administração e informou que as razões para tal decisão são de ordem pessoal, visando evitar qualquer tipo de constrangimento ou problema para a companhia, considerando as notícias veiculadas na imprensa, desde a sua indicação, sobre condenação em processo na CVM, que se encontra atualmente em discussão no judiciário”, comunicou a Petrobrás, em nota à imprensa e ao mercado.
Segundo a CVM, John Forman vendeu ações da HRT Participações em Petróleo (hoje PetroRio), empresa da qual foi conselheiro entre novembro de 2009 a março de 2012. Junto com outro executivo da HRT, ele negociou ações da companhia antes da divulgação de fatos relevantes relacionados à exploração de poços na Namíbia, em 2013.
O fato ocorreu durante os pregões de 17 e 18 de julho de 2013, pouco antes da informação sobre a exploração na Namíbia ser divulgada ao mercado. Ele vendeu 500 mil ações e evitou uma perda de R$ 169,2 mil com os papéis.
Forman foi condenado pela CVM a pagar multa de R$ 338,5 mil – equivalente a duas vezes a perda estimada com a negociação dos papéis -, mas não cumpriu a decisão. O processo continua em aberto.
Fonte FUP, com informações do Valor e da Petrobrás