Representantes da indústria naval reagiram, na Justiça, contra a política do presidente da Petrobras, Pedro Parente, de acabar com o conteúdo nacional no desenvolvimento de equipamentos do setor do petróleo. Parente pediu autorização à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para que a empresa importe plataformas de produção do petróleo, ferindo a lei que estabelece um percentual mínimo de conteúdo nacional.

O Sindicato da Indústria Naval ingressou com uma ação judicial para impedir que a ANP aceite o pedido da Petrobras para reduzir (para zero, em muitos casos) a exigência de conteúdo local nos equipamentos para a exploração dos campos de Sépia e Libra, ambos do pré-sal, como pediu o presidente da estatal, informa reportagem do Valor Econômico nesta quinta-feira 24.

O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, contesta o argumento de Pedro Parente de que os equipamentos, aqui no Brasil, custariam entre 40 e 60% mais do que comprados no exterior. “Como pode ser 40% mais caro se os operadores convidados [para afretar as unidades de Libra e Sépia à estatal] não pesquisaram nenhum estaleiro brasileiro?(…) Falta uma consulta real aos fornecedores locais”, rebate.

Durante participação em um ato em defesa da indústria naval, no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), há uma semana, o ex-presidente Lula condenou as novas políticas da Petrobras sob o governo Michel Temer. “Não podemos permitir que a Petrobras abra mão do conteúdo nacional. Se a direção da Petrobras resolver comprar navios e sondas fora, eles vão engordar os estrangeiros e vocês vão ficar desempregados”, afirmou.

Lula também alertou para o que chamou de “desmonte da indústria naval brasileira em todo território brasileiro”. “Eu dizia que a gente conseguiria recuperar a indústria naval. E agora temos uma crise de desemprego e qdo isso acontece mta gente têm medo”, disse. “Chegamos a ter 12 mil trabalhadores aqui e agora tem 3”, observou (leia mais).

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VIA Brasil 247