Em uma ação construída de forma unitária por diversas centrais sindicais, onde os principais alvos foram o repúdio ao Projeto de Lei – PL 4330, às MPs 664 e 665, e a defesa de direitos trabalhistas ameaçados, diversas categorias profissionais de trabalhadores saíram às ruas, nesta sexta-feira, 29, em Natal (RN). A manifestação reuniu mais de duas mil pessoas e percorreu, em passeata, as principais ruas do centro de Natal. Os petroleiros marcaram presença na atividade, representados pelo SINDIPETRO-RN.

Durante o percurso, diversos líderes sindicais criticaram a Câmara dos Deputados pela aprovação do financiamento privado de campanhas eleitorais, considerado a principal raiz da corrupção no País. Para o diretor de Imprensa do SINDIPETRO-RN, Márcio Dias, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), conduz a Câmara de maneira abertamente autoritária. “Cunha impõe e manipula as pautas de votação, favorecendo todos os projetos que contemplam interesses do patronato, a despeito da classe trabalhadora”, destacou.

Outro tema abordado com frequência nas intervenções e alvo de fortes críticas das representações sindicais foi o Projeto de Lei 1411 de autoria do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). A iniciativa, se aprovada, possibilita a criminalização da prática docente, tipificando o crime de “assedio ideológico”. Integrante da Comissão de Educação da Câmara Federal, o deputado potiguar, que votou a favor do Projeto de Terceirização, quer punir os professores ferindo a liberdade de cátedra, prevista na Constituição, certamente, para deixar a formação ideológica dos alunos por conta da mídia hegemônica.

Para barrar esta iniciativa fascista, a diretora de Cultura e Expressões Artísticas do SINDIPETRO-RN, Alexandra Samira, entende que é preciso uma resposta imediata dos estudantes. “É o futuro da sociedade que está em jogo, mas os estudantes serão as primeiras vítimas da tentativa de amordaçamento de professores. Eles precisam combater este projeto e os grêmios estudantis têm papel protagonista nesta luta, a fim de garantir o direito ao desenvolvimento de uma consciência crítica. A multiplicação de palestras e debates sobre o PL é fundamental para oferecer essas informações”, concluiu Samira.

Greve geral – Entre outros objetivos, o Dia Nacional de Paralisações e Manifestações em Defesa dos Direitos Trabalhistas teve a intenção de acumular forças para a realização de uma greve geral da classe trabalhadora brasileira, caso Congresso e Governo insistam em aprovar o PL 4330 e as Medidas Provisórias 664 e 665. E, nessa perspectiva, a diretora da Secretaria de Assuntos da Mulher Petroleira do SINDIPETRO-RN, Soégima Cristina, afirma que a categoria petroleira norte-rio-grandense está pronta para o movimento. “Sendo esta a quarta mobilização realizada pelas centrais sindicais, entendo que o próximo passo deve ser ainda mais enfático”, opinou.

O Dia Nacional de Paralisações e Manifestações foi promovido pela CTB, CUT, CSP-Conlutas, Intersindical, Nova Central e UGT. Além do SINDIPETRO-RN, também participaram das manifestações o SINTE-RN; SINTECT; SINDFORTE; SINDRATEC, MST, Levante Popular da Juventude, CMP; SINDSUPER; Sindicato dos Rodoviários; entre outros.