Sete dias depois de promover o último aumento e seis dias depois de anunciar a adoção de um “mecanismo de proteção complementar à política de preços”, que teria a intenção de “conciliar interesses comerciais com as demandas dos clientes”, a Petrobrás voltou a reajustar o preço da gasolina. Desta feita, com um aumento de 1,01%, anunciado nesta quarta-feira, 12. Com isso, o preço do combustível nas refinarias passará de R$ 2,2069 para R$ 2,2294 a partir desta quinta-feira, 13.
Nos postos de revenda de combustíveis do Rio Grande do Norte, o preço médio do litro da gasolina deverá ficar em torno de R$ 4,85. Desde que a Petrobrás passou a aplicar a nova metodologia de preços atrelada ao mercado internacional, em outubro de 2016, a gasolina nas bombas registra uma alta aproximada de 32%, ante uma inflação oficial acumulada de 6,8%.
Entreguismo
Em outubro de 2016, apenas quatro meses depois de ser Indicado por Temer para o comando da Petrobrás, o então presidente, Pedro Parente, alterou a política de preços das refinarias. Com a nova orientação, a companhia passou a praticar a paridade com o mercado internacional, aumentando os preços de acordo com a variação do barril de petróleo, sem estabelecer qualquer mecanismo de proteção para o consumidor.
Em consequência dessa política, as refinarias da Petrobrás diminuíram a carga de produção, a exportação de petróleo cru disparou e a compra de derivados no exterior bateu recordes, favorecendo principalmente os Estados Unidos. Em 2015, o diesel comprado àquele país respondia por 41% do total. Já, em 2017, superou 80% dos 200 milhões de barris de derivados importados pelo Brasil, número recorde da série histórica da ANP.