A Petrobrás divulgou, na última quarta-feira, 22, o balanço financeiro do exercício 2014. A Empresa apresentou prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos (impairment), de R$ 44,6 bilhões; e da baixa decorrente de pagamentos indevidos identificados no âmbito da Operação Lava Jato, de R$ 6,2 bilhões. Também impactaram os resultados, o provisionamento de perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 4,5 bilhões), as baixas relacionadas à construção das refinarias Premium I e II (R$ 2,8 bilhões) e o provisionamento do Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário – PIDV (R$ 2,4 bilhões).
A geração de caixa operacional alcançou R$ 59,1 bilhões em 2014 e o lucro bruto, de R$ 80,4 bilhões, foi 15% superior ao de 2013. Estes valores refletem o aumento da demanda e maiores preços de venda de derivados no mercado interno. Terminamos o ano com R$ 68,9 bilhões em caixa.
O valor referente aos pagamentos indevidos identificados foi calculado a partir de metodologia baseada nos depoimentos tornados públicos no âmbito da Operação Lava Jato. Foi aplicado percentual de 3% sobre contratos com 27 empresas citadas como membros do cartel, entre 2004 e 2012. No caso de pagamentos para empresas fora do cartel, foram considerados valores específicos citados nos depoimentos. Esta baixa foi reconhecida no 3o trimestre de 2014, período no qual foi apurado prejuízo de R$ 5,3 bilhões.
O prejuízo de R$ 26,6 bilhões no 4o trimestre de 2014 refletiu a perda por desvalorização de ativos (impairment). As atividades mais impactadas foram as de refino (R$ 31 bilhões), devido principalmente à postergação do 2o complexo de unidades da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Na atividade de Exploração e Produção, o impairment (R$ 10 bilhões) ocorreu em função do declínio dos preços do petróleo.
Nenhum valor referente aos pagamentos indevidos identificados foi recuperado e não é possível estimar de maneira confiável qualquer valor recuperável nesse momento. Estão sendo tomadas as medidas jurídicas necessárias para buscar ressarcimento pelos prejuízos sofridos.
Alta de 5% na produção
A produção de petróleo e gás natural (Brasil e exterior) cresceu 5% em relação a 2013, atingindo a média de 2 milhões 699 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2014. A produção do pré-sal contribuiu com 381 mil barris por dia, com recorde de produção diária de petróleo alcançada em 21 de dezembro, com 713 mil boed.
No refino, a produção total de derivados foi de 2 milhões 170 mil barris por dia, 2% acima de 2013. A carga processada também aumentou 2%, em função do bom desempenho operacional das refinarias. O volume de venda de derivados no mercado interno totalizou 2,4 milhões de barris por dia, crescimento de 3% em relação a 2013.
Fonte: Blog Fatos e Dados