“Mais um passo rumo ao desmonte da empresa”, afirma geólogo.
A Petrobrás está obrigando executivos da divisão de exploração lotados em Santos, Salvador, Aracaju, Manaus, Natal e Vitória a se mudarem para o Rio até 2020. A alternativa oferecida é o pedido de demissão. “Não se sabe ao certo quantos serão transferidos, mas a importância de cada uma dessas sedes certamente diminuirá”, informa o site Petronotícias.
A decisão da Companhia é baseada na premissa de que o Rio de Janeiro, sede da empresa, “terá a concentração dos profissionais de geologia e geofísica e garantirá maior robustez aos projetos exploratórios”. Essa reorganização foi aprovada em 2016 pelo Conselho de Administração e o processo será gradual e concluído em 2020.
Apesar da resistência dos funcionários, que já se mobilizam contra a medida, a estatal alegou, oficialmente, redução de gastos para justificar a decisão. No entanto, o geólogo Luciano Seixas Chagas vê na decisão apenas mais um passo rumo ao desmonte da empresa.
“Enquanto as principais empresas do mundo adotam o trabalho caseiro (home office), economizando assim em aluguéis, dispêndios com transporte, alívio do trânsito das grandes cidades e, principalmente, investem no bem-estar dos colaboradores, a Petrobrás do senhor Castello Branco, caminha justamente no sentido inverso, o da concentração”
De acordo com o geólogo, há diversas atividades exploratórias que podem ser feitas à distância. “Mas tais modernidades não interessam à nova administração, apesar do discurso de tornar a empresa moderna. É melhor mexer com a estabilidade dos funcionários, as econômicas e emocionais, alugar maiores espaços caros no Rio de Janeiro e, assim, mostrar um poder autoritário”, avalia Chagas, ponderando que a criação de pânico é proposital, “mais um passo rumo ao desmonte da Petrobrás”.
AEPET