Petrobras(PETR3PETR4) confirmou o alerta da Federação Única dos Petroleiros (FUP) sobre o risco de faltar diesel no Brasil. Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de São Paulo, a petrolífera enviou um ofício ao governo de Jair Bolsonaro (PL), formalizando o alerta da federação.

Em nota publicada no site nesta semana, a federação afirma que o país corre o risco de desabastecimento no início do segundo semestre deste ano, “em função da prevista escassez de oferta no mercado internacional e do baixo nível dos estoques mundiais”.

Além disso, e o Brasil importa atualmente cerca de 25% de suas necessidades de diesel no mercado interno, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), devido à baixa utilização das refinarias brasileiras e a não conclusão de obras importantes no setor.

Segundo Bergamo, “a informação já tinha sido passada ao governo de maneira informal pela estatal. A diretoria da empresa decidiu, no entanto, enviar um ofício ao governo com os dados”.

De tal forma, Bolsonaro e sua equipe “não poderão alegar desconhecimento nem jogar a responsabilidade nas costas da companhia caso a crise, de fato, se instale”, aponta a Folha de S. Paulo.

Bergamo também cita como segundo sinal de um problema ainda maior o fato de a escassez do combustível ser uma das justificativas da empresa para defender a sua venda a preço de mercado.

Qualquer alteração na regra, segundo a Petrobras, “poderá afetar a importação do produto e agravar a situação, que já é delicada”.

O alerta da FUP foi feito na terça-feira (24), quando aconteceu mais uma troca no comando da Petrobras.

No dia, José Mauro Ferreira Coelho foi demitido da presidência da estatal, apenas 40 dias após sua posse, e Caio de Andrade foi indicado para substituí-lo. Ambos os fatos reforçam a avaliação de que o presidente Jair Bolsonaro pretende forçar uma mudança na atual política de preços da Petrobras, que acompanha a variação do petróleo no mercado internacional.

No Brasil, o preço médio do diesel é de R$ 6,943.

Fonte: MoneyTimes

Imagem: REUTERS/Sergio Moraes